Segundo comunicado interno, a Amazon (AMZO34) custeará os custos, que incluem viagem, para “tratamentos médicos sem risco de vida, incluindo abortos” de funcionárias da empresa que tiverem de sair de seu estado para realizar o procedimento. A medida é adotada levando em conta que algumas legislações estaduais barram ou dificultam a interrupção da gravidez.
Para isso, a Amazon deve desembolsar até US$ 4 mil, segundo informações da agência Reuters. A empresa, contudo, não foi a primeira a tomar esta atitude: com as mudanças recentes de legislações estaduais, gigantes como Citigroup, Match Group e Yelp já anunciaram que custearão despesas de aborto de funcionárias.
A medida da Amazon deve entrar em vigor imediatamente, valendo retroativamente a partir de 1º de janeiro deste ano – ou seja, a varejista americana ‘reembolsaria’ uma funcionária que fez o procedimento este ano, porém ainda antes da política interna ser aprovada.
Segundo as informações da Reuters, os novos benefícios serão aplicados a tratamentos que não estão disponíveis dentro de um raio de 161 km da casa de um funcionário e para os quais as opções de atendimento online também não estão acessíveis.
A política ficará disponível somente às funcionárias dos EUA, ou a dependentes cobertas por dois planos de saúde, Premera ou Aetna, independentemente de trabalharem em um escritório corporativo ou em um depósito.
Os reembolsos, vale lembrar, não são específicos para o aborto, cobrindo outros tipos de procedimentos. Como exemplo, a Amazon também deve fornecer tratamentos de cardiologia, terapias genéticas celulares e serviços de transtorno de abuso de substâncias.
Além disso, separadamente, a Amazon oferece até US$ 10 mil em reembolsos anuais de viagem para problemas que envolvam risco de vida.
Decisão da Amazon vem em meio à debate jurídico sobre aborto
O benefício concedido, assim como nas demais empresas, vem em meio a várias aprovações de leis estaduais que restringem o acesso ao aborto em suas jurisdições, geralmente em estados comandados por políticos republicanos.
Ainda no próximo mês, a Suprema Corte americana deve decidir sobre um caso que pode derrubar Roe x Wade, uma decisão judicial de 1973 que legalizou o aborto nos Estados Unidos.
Caso a lei seja revogada, cada Estado dos EUA passará a ter autonomia para determinar suas próprias regras sobre o aborto.
Nesse contexto, há previsões que estimam que mais de 20 Estados passam a barrar ou restringir o procedimento.
Vendo esse cenário, o Citigroup fez um comunicado citando que a política foi “em resposta a mudanças nas leis de saúde reprodutiva em certos Estados”.
A expectativa é de que até o fim de junho a Suprema Corte tenha decidido sobre o caso.
Ainda assim, a política da Amazon pode seguir em vigor, já que um porta-voz confirmou à BBC News que a expansão do benefício contempla cuidados bariátricos, oncologia, anomalias congênitas até 24 meses após o nascimento do bebê e tratamentos de saúde mental.
Notícias Relacionadas