Em balanço divulgado nesta terça-feira (9), a Alupar (ALUP11) reportou uma queda de 45,8% no lucro líquido societário do segundo trimestre de 2022. A empresa, que tinha apurado R$ 431 milhões nos três primeiros meses do ano, registrou R$ 180 mi no período seguinte.
Segundo a companhia do ramo de energia, o desempenho da Alupar no 2T22 é resultado da alta nas despesas financeiras, sobretudo pela entrada de novas operações de transmissão. O avanço da inflação, que variou em 2% neste intervalo, também impactou os números.
No acumulado do semestre, porém, a empresa viu seu lucro líquido avançar 46,5% em comparação à primeira metade do ano passado. O relatório indica um resultado de R$ 217,1 mi contra R$ 148,2 milhões do primeiro semestre anterior.
A receita líquida replicou o recuo, pois o trimestre fechou em pouco mais de R$ 1,168 bilhão, contra R$ 1,28 bi registrado em 1T22. Se comparado ao mesmo trimestre do ano passado, a variação é ainda maior, já que o relatório da época mostrou a movimentação de R$ 1,33 bi.
O Ebitda societário, que é o lucro antes de juros, impostos e amortizações, fechou o período em R$ 873,1 mi, com uma baixa de 22% em relação aos números dos dois últimos trimestres. A margem Ebitda ajustada ficou, portanto, em 77,7%, um desempenho 14,4% inferior ao registrado no último levantamento.
O grupo Alupar destaca, ainda, o total de R$ 212,5 milhões em investimentos, sendo R$ 113 mi para geração de energia, R$ 98 mi para transmissão e R$ 1,5 mi para novos negócios.
Alupar: XP iniciou cobertura e recomendou compra
A XP Investimentos anunciou, no final de junho, que está iniciando a cobertura de Alupar (ALUP11) com recomendação de compra e preço alvo de R$ 29/ação. Nesta quarta (29), as ações da empresa sobem 0,39%, cotadas a R$ 25,61.
A recomendação de compra das ações da Alupar passa pelo portfólio robusto e pelo bom desempenho operacional — que devem fazer com que a companhia consiga aumentar a distribuição de dividendos aos acionistas. A holding de energia dispõe de linhas de transmissão e uma pequena parcela de ativos de geração com contratos de longo prazo e seguro para risco hídrico.
“Essa característica de fluxo de caixa estável e protegido da inflação nos permite comparar a Alupar com seus pares Taesa (TAEE11) e Isa Cteep (TRPL4), que negociam com taxas de retorno (TIRs) implícitas muito mais baixas”, afirma a análise da XP.
Trata-se da maior empresa 100% privada no ramo de transmissão no Brasil, lembra a XP. Com sedes também no Peru e na Colômbia, a Alupar compõe seu portfólio com 30 concessões de transmissão, totalizando 7929 km em linhas.
Além disso, a companhia possui 12 concessões de geração de fontes hídricas e eólicas, com capacidade instalada conjunta de 673,8 MW.
Em seu pipeline, a holding possui 124,7MW em construção e 23MW em processo de licenciamento. A construção dessas linhas marcou um período de baixa distribuição de dividendos em relação aos seus pares.
Contudo, a alavancagem confortável (3,1x dívida líquida/EBITDA Regulatório) e a redução de necessidade de capital para desenvolvimento de novas linhas apontam para um aumento na distribuição de dividendos da Alupar nos próximos anos.