Não tem apenas o ouro no alvo dos investidores. Entre os metais preciosos a prata também está capturando a atenção do mercado, com as cotações que em agosto chegaram o nível máximo desde 2013, por volta de US$ 30 (cerca de R$ 160) a onça.
Desde o começo do ano os preços da prata registraram uma alta de quase 60%, enquanto no mesmo período de tempo o ouro ganhou 30%. Calculando esse crescimento da mínima de março, a prata registrou uma valorização de 120%, enquanto o ouro de apenas 31%.
Um desempenho muito superior que reduziu quase totalmente a distância entre os dois metais preciosos.
Isso pois em março o diferencial era tamanho que para comprar 1 onça de ouro eram necessárias cerca de 123 onças de prata, contra uma média de longo prazo de uma para 68 onças registrada nos últimos 30 anos. Em agosto essa distância diminuiu para 70 onças.
Mas isso não significa que a corrida do ouro acabou. Os picos históricos ainda não foram atingidos. Em 2011 o metal chegou a US$ 49 a onça, enquanto em 1980 estava por volta de US$ 50,35.
Mas muito desse resultado dependerá da cotação do ouro. Caso o ouro suba de 30%, a prata poderá chegar até US$ 36.
E também de outros fundamentais, como os juros baixos e um dólar relativamente desvalorizado em relação a outras grandes divisas internacionais.
Mas o que diferencia a prata do ouro é principalmente o “tipo” de clientes. Se no ouro trabalham mais os grandes fundos institucionais, no caso da prata a atenção é ligada ao varejo.
Como investir na prata?
É possível investir em prata em várias formas. Pode se comprar barras de prata, conhecidas como “prata 999”, pelo grau de pureza de 99,9%.
Mas é possível também comprar moedas de prata, ou moedas de colecionador, que além do valor do metal tem um valor histórico-artístico junto.
No exterior existe um mercado mais desenvolvido para investir em prata, com uma série de ativos e de fundos especializados, além de ETFs relacionados à prata.
Primeira opção: lingotes no cofre
A forma mais fácil de investir é comprando barras ou moedas diretamente de uma corretora de metais preciosos especializada em investimentos em prata.
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Uma operação que hoje não é muito complexa, até porque as operadoras na praça também oferecem o serviço de custódia em seus cofres.
Quanto aos custos, aplica-se ao preço da prata um bid-ask spread, que em alguns casos é significativa, enquanto para a custódia do metal é aplicada uma comissão anual que pode variar consistentemente dependendo do operador.
Segunda opção: ETC que “copia” o preço de uma onça
A forma mais comum, uma alternativa ao lingote de prata, é a do Etc (Exchange Trade Commodities), um tipo de ETF (Exchange-traded Fund) dedicados para as commodities. Listados em Bolsas de Valores, eles seguem fielmente a tendência do metal precioso e também podem ser resgatados recebendo moedas ou barras de prata em troca.
Em geral, existem dois tipos de Etc da prata: replicação física e replicação sintética. No primeiro caso, o valor do contrato é garantido por um montante correspondente de prata detido em garantia. No segundo caso, a exposição é garantida por contratos de derivativos.
Terceira opção: títulos de mineradoras
Para surfar na onda da prata é também possível investir em mineradoras, que lidam com extração e beneficiamento do metal.
As opções são duas: comprar ações em Bolsa, ou comprar ações de fundos que investem no setor. Neste último caso os desempenhos podem variar significativamente em relação aos da prata, pois são influenciados por variáveis corporativas.
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Além disso, é necessário considerar os custos, isso pois os fundos que investem em mineradoras de prata têm taxas de administração anuais, superiores às dos Etc, e custos pontuais de entrada.