Alphabet (GOGL34), dona do Google, aumenta lucro e divulga inédito pagamento de dividendos; ação salta no after hours
A Alphabet (GOGL34), dona do Google, ampliou o lucro mais que o esperado no primeiro trimestre e anunciou que vai pagar dividendos pela primeira vez na história. Após a publicação do balanço, a ação da Alphabet Class A saltava 11,60% no after hours em Nova York, às 19h23 (de Brasília).
O lucro líquido da Alphabet foi de US$ 23,662 bilhões no primeiro trimestre de 2024, ante os US$ 15,051 bilhões vistos em igual período de 2023. O resultado mais recente corresponde a lucro por ação (EPS) de US$ 1,89 em termos diluído – também mais que os US$ 1,17 um ano atrás. O EPS ainda ficou acima da projeção de US$ 1,51 de analistas ouvidos pela FactSet.
As receitas da Alphabet subiram 15% na comparação anual, a US$ 80,539 bilhões no trimestre, também melhor que a previsão dos analistas, que era de US$ 78,7 bilhões.
O anúncio dos resultados da Alphabet incluiu a notícia de que o conselho da Alphabet aprovou o pagamento de dividendos e declarou o dividendo de US$ 0,20 por ação de Classe A, B e C. O valor será pago em 17 de junho aos acionistas que detiverem papéis até dia 10 de junho. O conselho também autorizou a recompra de US$ 70 bilhões de ações de Classe A e Classe C adicionais.
Alphabet: “Google na direção correta”
Matheus Popst, sócio da Arbor Capital, comentou o balanço de Alphabet: “O resultado se dá num ambiente em que ainda há muita discussão entre investidores se o Google será disruptado por IA Generativa, como a parceria OpenAI Microsoft. O Google estaria ficando para trás numa tecnologia que eles mesmos criaram. Em cima disso, a cultura que alguns investidores descrevem como woke’, muito focada em política, tem pesado negativamente, incluindo com muitos investidores pedindo a cabeça do CEO Sundar Pichai.”
Popst acrescenta: “O Google tem endereçado seus problemas culturais. Por exemplo, durante um protesto de funcionários contra o Google Cloud trabalhar para as Forças de Defesa de lsrael, a solução foi apenas chamar a polícia e demitir as pessoas, algo que os investidores consideravam impensável. Em seguida, o CBO Philipp Schindler enviou um email a todos os funcionários pedindo que foquem menos em política. Isso se dá em paralelo a vitórias, como os modelos open-source Gemma que rivalizam com os modelo Llama da Meta e o Gemini 1.5, que é capaz de processar quase 6 milhões de caracteres de uma só vez.”
O crescimento de 14% do Google Search e a aceleração para um crescimento de 28% do Google Cloud, comenta o sócio da Arbor Capital, “mostram que o Google está na direção correta. Acreditamos que o Google não é um perdedor e sim um vencedor em IA”.
Matheus complementa: “Ao longo dos próximos anos acreditamos que tanto na linha do Google Cloud como na linha de Google Other (que inclui assinaturas a coisas como o Google Gemini) começarão a mostrar o potencial de monetizar IA Generativa, fora obviamente a capacidade de monetizar dentro do próprio Google Search e YouTube. Outra evidência é que o tal disruptor, o Bing, cresceu apenas 12% no trimestre, enquanto o Google Search cresceu 14%.”
Ele conclui sobre a Alphabet: “O Google tem mostrado muita disciplina em custos, novamente acabando com a narrativa que o Google é uma empresa que só gasta e não trabalha. O Lucro Operacional cresceu 31% (ajustado por gastos one-off de demissões em massa), superando em muito o crescimento da receita de 15%, mostrando forte alavancagem operacional. O número de funcionários cai 5% ano contra ano, mostrando que a cultura de crescer headcount enquanto cresce receita perdeu muita força em Mountain View.”
Com Estadão Conteúdo