A Alpargatas (ALPA3; ALPA4) reportou nesta terça-feira (5) um lucro líquido de R$ 69 milhões no primeiro trimestre de 2020, uma queda de 27,6% ante aos R$ 69 milhões anteriores.
Conforme o relatório, a receita líquida da Alpargatas totalizou R$ 747 milhões no primeiros três meses deste ano, o que corresponde a uma queda de 8,8%. No Brasil, a receita da companhia apresentou baixa de 10%, para R$ 549,5 milhões, com redução em todos os negócios nacionais (Havaianas Brasil, Mizuno e Osklen). Enquanto, no exterior a empresa teve um recuo de 5%, para R$ 197,5 milhões.
“O cenário de negócios desafiador, advindo do avanço do Covid-19 pelo mundo, impactou todas as operações da Alpargatas no período, e no Brasil com mais força a partir de março de 2020″, informou a Alpargatas.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da empresa no primeiro trimestre anotou uma queda de 43% ante mesmo período de 2019, indo de R$ 127,1 milhões para R$ 72 milhões. Enquanto a margem Ebitda recuo 5,8 pontos porcentuais, chegando a 9,7%. De acordo com a Alpargatas, os resultados refletem a “pressão exercida pela escalada global da covid-19 no primeiro trimestre de 2020”.
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Para a administração da companhia, o avanço da pandemia do novo coronavírus teve impacto em todas as operações no período. No Brasil, os efeitos foram sentidos com mais força, destacou a Alpargatas.
Alpargatas tem caixa para mais sete meses
A direção da Alpargatas também informou nesta terça-feira que a situação da empresa é suficiente para mantê-la “por mais de sete meses, em um hipotético cenário de extremo estresse de receitas”.
“Fomos rápidos em captar R$ 0,8 bilhão de linhas adicionais de crédito bancárias, o que nos levou a uma posição final de caixa de R$ 1,4 bilhão”, comunicou a Alpargatas.
“No contexto de uma crise humanitária de saúde sem precedentes, com impactos socioeconômicos profundos, a nossa convicção é que estamos posicionados para vencer no novo normal”, salientou a companhia.
A posição financeira da Alpargatas era de R$ 329,5 milhões, ao final do mês de março, consequência de um saldo de caixa de R$ 1,43 bilhão e um endividamento de R$ 1,1 bilhão. De acordo com a empresa, a posição foi puxada pelo lucro de operações, bem como pela extensão do prazo de pagamento aos fornecedores.
Quase 82% das dívidas da Alpargatas (equivalente a R$ 907,4 milhões) apresentam vencimento no curto prazo, ao passo que R$ 580,6 milhões são em moeda estrangeira. Enquanto, os outros R$ 195,7 milhões, todos em moeda nacional, vencem no longo prazo.