A Alpargatas (ALPA4) anotou um prejuízo líquido de operações continuadas de R$ 199,7 milhões no primeiro trimestre de 2023 (1T23), revertendo lucro líquido de R$ 112,1 milhões em igual etapa do ano anterior. O resultado trimestral da companhia foi divulgado no fim desta quinta-feira (4).
Além disso, a Alpargatas no 1T23 mostrou uma queda na receita líquida, com 2,7% de recuo na base anual, para atuais R$ 902,5 milhões.
O resultado da Alpargatas também mostra um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) negativo em R$ 211,6 milhões, ante R$ 144,4 milhões positivos em igual etapa do ano anterior.
“O ambiente de demanda no Brasil continuou desafiador. A receita líquida de Havaianas foi de R$ 894,3 milhões, queda de 1,5% em moeda constante em relação ao primeiro trimestre de 2023”, diz a administração da empresa.
Na Havaianas Brasil, o volume vendido foi de 40,6 milhões de pares entre janeiro e março deste ano, queda de 13,2% na base anual. No segmento internacional, esse indicador teve recuo de 14,4% para 7,6 milhões de pares vendidos.
O custo dos produtos vendidos (CPV) na Havaianas subiu 3,1% no Brasil, chegando a R$ 371,8 milhões, e saltou 17,4% no exterior, avançando para R$ 137,2 milhões.
“O crescimento de CPV ainda reflete em grande parte o custo médio de produção do 2º semestre de 2022, já que terminamos o ano passado com um alto nível de estoques. Nesse trimestre, o CPV do Brasil foi impactado por custos adicionais de R$6,0 milhões de armazéns externos que serão devolvidos ao longo do ano”, diz a empresa.
XP vê ‘números fracos’ da Alpargatas
Segundo analistas da XP, a Alpargatas reportou “outro trimestre de resultados fracos, porém melhores do que as estimativas”.
A casa destaca a queda de volume e rentabilidade pressionada, além de terem feito uma provisão de R$ 269 milhões no trimestre devido a uma disputa envolvendo o pagamento da Topper na Argentina.
A recomendação da casa é neutra para ALPA4, com preço-alvo de R$ 15.
“Olhando para os próximos trimestres, a companhia destacou que a dinâmica deve continuar desafiadora no curto prazo, apesar de esperarem resultados positivos dos ajustes operacionais a partir do segundo semestre, e de forma mais material a partir de 2024″, diz a XP.
“Neste sentido, a Alpargatas está focando na melhoria de rentabilidade, redução das despesas logísticas e industriais, na otimização das despesas gerais, administrativas e de vendas, com o redimensionamento das operações no Brasil/LatAm e melhorias de capital de giro”, completa.