A gigante da internet chinesa, Alibaba, planeja levantar até US$ 8 bilhões com a venda de títulos em dólares neste mês. Segundo a agência de notícias Reuters, o montante deverá ser usado para despesas corporativas gerais.
Fontes disseram à agência que a emissão de títulos é um teste do Alibaba para entender o sentimento dos investidores em meio à repressão do governo chinês contra a empresa e sua fintech Ant Group.
No final do mês passado, a fiscalização do mercado da China informou que abriu uma investigação contra o grupo Alibaba para verificar se a empresa atuou de forma monopolista, criando barreiras para que fornecedores comercializem seus produtos.
No mesmo dia, os reguladores financeiros do país asiático determinaram que o Ant Group, braço financeiro do Alibaba, voltasse a focar apenas em pagamentos.
Além disso, a China reclamou da “governança problemática” na empresa e pediu que a companhia retifique sua expansão em crédito, gestão de recursos e resseguros.
As empresas se tornaram alvo das autoridades chinesas após o fundador Jack Ma ter feito críticas publicamente sobre o sistema regulatório do país em outubro. O plano de venda de títulos, incluindo o cronograma, está sujeito a alterações, disseram as fontes.
Fundador da Alibaba desaparece após criticar a China
Após a crítica, o fundador não foi mais visto em público, fazendo surgir diversas especulações sobre seu desaparecimento, que coincide com o confronto com as autoridades chinesas.
O bilionário estaria desaparecido há mais de dois meses e nem mesmo em seu próprio reality show Africa’s Business Heroes, no qual seria jurado, apareceu.
“Os investidores precisarão que Jack Ma faça algum tipo de aparição pública para lhes dar confiança de que o bônus será bem recebido. Dada a situação atual do Alibaba, eles precisarão precificar isso com prêmio”, disse um analista de crédito da Ásia, que não quis se identificar, à agência de notícias.
Em novembro, dias antes da oferta pública inicial de ações (IPO, em inglês) do Ant Group, os reguladores chineses convocaram Ma e determinaram que respeite a nova lei sobre microcrédito, segundo a qual ele deveria eliminar de sua plataforma as atividades bancárias.
As novas leis surgiram semanas depois de Ma criticar a regulamentação do sistema financeiro da China em uma palestra em Shangai.
Em seu discurso, o fundador do Alibaba supostamente rejeitou as regras impostas pela China para as atividades financeiras, classificando-as como “um clube dos idosos”, e salientando como “não podemos usar os métodos de ontem para regular o futuro.”
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