Em entrevista à Bloomberg, o principal assessor econômico da campanha de Geraldo Alckmin (PSDB), Pérsio Arida, fez críticas à plataforma de Ciro Gomes (PDT) de negociar dívidas de consumidores inadimplentes com os bancos para limpar seus nomes, afirmando que causaria prejuízo à população.
“Se você der uma anistia a todas as pessoas que são inadimplentes, no minuto seguinte, os bancos vão precificar o risco de uma segunda anistia e então o spread bancário sobe”, afirmou Arida. O spread a que ele se refere é a diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa cobrada para empréstimos.
“E como parte dos bancos são públicos, a conta da primeira anistia ainda recai sobre a união. É uma medida que vai na contramão do que o país precisa, que é reduzir o spread bancário e déficit,” disse ainda, atacando uma das principais propostas de campanha do candidato do PDT, de tirar o nome de inadimplentes do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC).
Na entrevista, Pérsio Arida falou ainda das políticas de precificação de combustíveis que Alckmin implementaria se eleito. Para ele, é necessário que o preço seja modulado pelo câmbio e pela cotação do petróleo. “Gostamos da solução europeia, que é basicamente ter impostos flex para todos os derivados de petróleo, como diesel, gasolina, GLP etc.”
A ideia é que os impostos cobrados sobre o combustível variassem de acordo com o câmbio e a cotação internacional, de forma inversamente proporcional. Isso tornaria a arrecadação instável mas ajudaria a estabilizar os preços nos postos. No entanto, exigiria conversas com governadores em função das distinções de impostos estaduais e federais. A vantagem, segundo Arida, é que reduz a pressão sobre os cofres públicos.
O economista também falou que idealmente os subsídios ao diesel implementados no governo Temer após a greve dos caminhões devem cessar assim que terminar o prazo estipulado, em 31 de dezembro.