Airbnb cortará 25% de sua força de trabalho por causa do coronavírus
O site de compartilhamento de imóveis Airbnb informou nesta terça-feira (5) que cortará 25% de sua força de trabalho por causa dos efeitos econômicos da pandemia de coronavírus (covid-19). A doença está afetando gravemente o setor de turismo, gerando um resultado negativo para o site.
Cerca de 1,9 mil funcionários do Airbnb serão demitidos em todo o mundo. A informação foi divulgada por Brian Chesky, CEO da empresa em um email enviado aos seus colaboradores. As demissões inciarão a ocorrer a partir da próxima segunda-feira (11).
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“Estamos vivendo a crise mais impactante de nossas vidas, que, à medida que começou a se propagar, paralisou as viagens globais”, informou o CEO, “Os negócios do Airbnb foram duramente atingidos, e a receita deste ano deve recuar 50% em relação ao que conquistamos em 2019”.
Airbnb em crise
O Airbnb está enfrentando dificuldades por causa da pandemia do novo coronavírus. A empresa teria pedido empréstimos por US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,22 bilhões) para fazer frente à queda do faturamento.
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Segundo fontes anônimas citadas pela Bloomberg e pelo Wall Street Journal, a duração do contrato seria de cinco anos, com uma taxa de juros de 7,5%. Além disso, seria um financiamento “first Lien”, ou seja no caso de um problema com a plataforma, esses credores seriam pagos primeiro.
Além do financiamento, a startup de São Francisco conseguiu levantar no total US$ 2 bilhões para tentar manter sua liquidez, cortando ao mesmo tempo os custos de forma drástica para tentar superar esse período de contração do faturamento. Entre as outras coisas, o Airbnb interrompeu seus investimentos em trasporte e hotéis e viagens de luxo.
“Embora saibamos que os negócios do Airbnb se vão recuperar totalmente, as mudanças pelas quais a empresa passará não serão temporárias e nem de curto prazo”, salientou o CEO da empresa, “Por isso, precisamos fazer mudanças mais profundas no Airbnb, e reduzir o tamanho da nossa força de trabalho faz parte de uma estratégia de negócios mais focada.”
Problemas de gestão
O Airbnb já enfrentava problemas de gestão antes da pandemia. Seus gastos vinham crescendo nos últimos anos. Em 2019, as despesas superaram US$ 5 bilhões por causa dos investimentos realizados em negócios que deveriam aumentar a receita.
Uma estratégia que deveria ter preparado a empresa para a oferta pública inicial de ações (IPO). As expectativas eram que essa operação se tornasse uma das maiores do mercado dos EUA no ano. Entretanto, a pandemia de coronavírus acabou impedindo a cotação do Airbnb na Bolsa de Valores de Nova York.
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Fundada há doze anos, o valor estimado da Airbnb estava em cerca de US$ 38 bilhões em 2018. Entretanto, considerando a situação, as últimas rodadas avaliaram o site em “apenas” 18 bilhões: menos da metade.
As atuais prioridades da diretoria são terminar de reembolsar os hóspedes que tiveram que cancelar suas reservas por causa do vírus e apoiar financeiramente os anfitriões mais penalizados. Uma operação que vai custar mais de US$ 250 milhões.
Resta então entender o que será feito com o restante do capital, que segundo alguns analistas poderia ser utilizado pela Airbnb para concluir novas aquisições e obter fontes alternativas de receitas.