O Airbnb (AIRB34) fará uma série de mudanças na sua plataforma, conforme anunciado pela companhia nesta quarta-feira (12). A ideia da administração é atrair mais turistas e pessoas que estejam em busca de acomodações não usuais, fora do circuito tradicional de viagens – que tende a se manter concentrado em grandes zonas metropolitanas.
Segundo o comunicado do Airbnb até junho deve ser lançado um novo recurso, de “Estadias Combinadas“, que permitirá que o viajante se divida entre duas acomodações diferentes nas 100 mil cidades em que o Airbnb está presente ao redor do mundo.
Além disso, será possível encontrar esse tipo de acomodação ficara disponível no rol de categorias de ‘estilo’, que funciona como filtro para a busca de um lugar, e já contempla mais de 56 rótulos.
Os números levantados pela companhia mostram que, no último trimestre, cerca de 50% dos pernoites foram para viagens domésticas, ao passo que pessoas que optaram por estadias mais longas aumentaram seu interesse por localizações diferentes, distantes de grandes centros e vinculadas a ‘experiências’.
A administração ainda aposta que esse número é fruto da flexibilidade no trabalho, que foi concretizada durante a pandemia.
Por conta disso, a gestão do Airbnb justifica a opção de oferecer Estadias Combinadas, como forma de atender pessoas que trabalhem remotamente e querem passar uma temporada fora de casa.
A estimativa é de que os hóspedes acharão esse tipo de possibilidade em 40% do catálogo atual, aparecendo em cerca de 14 categorias, como “Acampamentos”, “Parques Nacionais”, “Esqui” e “Surfe”.
Outra das mudanças reveladas, por fim, foi o AirCover, um seguro que vale para o viajante e não apenas para o anfitrião, como funcionava antigamente. Esse serviço ficará incluso em qualquer reservas, sem custo adicional, e oferecerá garantia de reserva e check-in.
Ou seja, caso o anfitrião cancele com menos de 30 dias de antecedência ou houver impossibilidade de acomodar o hóspede na chegada, a plataforma oferecerá acomodação semelhante ou superior ou reembolso.
Vale frisar que a empresa teve uma queda de 30% no faturamento em 2020, por causa da pandemia, mas já conseguiu recuperar o volume de clientes. No primeiro trimestre de 2022, as noites reservadas cresceram 32% em comparação com o primeiro trimestre de 2019, e estão em patamar recorde, segundo dados do resultado do Airbnb.
Airbnb também muda ‘por dentro’ com flexibilidade do trabalho
O cenário de flexibilidade do trabalho, contudo, não afetou somente a forma como a administração da startup deve moldar seus serviços. Brian Chesky, CEO do Airbnb, disse recentemente que se o escritório da companhia ainda não existisse, ele não seria como é hoje, em entrevista à Folha de S. Paulo.
“Uma vez que as companhias se tornem mais espalhadas, elas vão precisar se reunir em São Francisco, Chicago ou Flórida. Podem alugar espaços quando precisarem. Ainda não entendemos tudo, e nos próximos dois anos vou ter muito mais opiniões sobre isso, porque tudo é um experimento. Apenas começamos”, disse o executivo.
“Na minha visão, os três dias na semana vão se tornar dois dias na semana. Tenho amigos que trabalham em grandes empresas e ocorreu isso. E eu aposto que no verão isso vai virar um dia por semana. E quando você vai um dia aleatório por semana no escritório, em que dia as pessoas ficam juntas?”, seguiu.
Segundo Chesky, rapidamente a maioria dos CEOs que escolheram o modelo híbrido vão mudar para o modelo adotado pelo Airbnb. O executivo ainda destaca que “eles vão ter uma jornada mais longa e dolorosa até chegar lá”.
“Se você quer prever como será o futuro do trabalho, olhe para as empresas novas, e não para as velhas. Há 20 anos, empresas novas adotaram escritórios de andar inteiro aberto, com brindes. Há 20 anos, o Google era uma empresa pequena”, disse o CEO do Airbnb à Folha.
