Bolsonaro diz que agronegócio ‘não compensa mais’ na Argentina
Em conversa com apoiadores nesta quinta-feira (17), o presidente Jair Bolsonaro voltou a comentar sobre a Argentina. O mandatário disse que o agronegócio “não compensa mais” no país vizinho.
Empresas brasileiras do agronegócio possuem boa parte de suas operações na Argentina, como as ligadas à pecuária Minerva (BEEF3) e Marfrig (MRFG3). Recentemente, as companhias sofreram com a suspensão das exportações de carne bovina do país vizinho.
Ao comentar sobre a economia da Argentina, Bolsonaro lembrou que esteve no país duas vezes antes das eleições, mas “o pessoal resolveu votar em quem colocou a Argentina no buraco”, declarou.
Na conversa com seus eleitores, o presidente reforçou a idea de que a rivalidade com a Argentina acontece apenas no futebol, para, na sequência, criticar o atual governo. “A Argentina está numa situação complicada. Eu torço pra Argentina.”
Agronegócio se destaca desde o início da pandemia
Segundo a Confederação Nacional de Agricultura (CNA), o setor agro foi responsável por 26,6% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2020.
Em maio, a exportação de produtos pelo setor avançou 33,7% frente ao mesmo período do ano passado, para um recorde de US$ 13,94 bilhões.
O movimento é impulsionado pela forte demanda chinesa. De janeiro a maio, o país asiático importou 38,2 milhões de toneladas de soja, alta de 12,8% na comparação anual. Os embarques de carne cresceram 4,4% no mesmo período, para mais de 3 milhões de toneladas.
Segundo a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), o setor continua sendo o principal motor da economia em meio à crise.
A conclusão ocorreu após a divulgação do PIB do primeiro trimestre. O agro cresceu 5,7% no período, enquanto a economia brasileira como um todo avançou 1,2% — acima das expectativas do mercado.
Exportadoras, as empresas do agronegócio operam em queda no pregão desta quinta-feira. A SLC Agrícola (SLCE3) cai quase 3%, a BrasilAgro (AGRO3) recua 2,5%, enquanto a Minerva tem baixa de 1,7%, com a expectativa do mercado de recuo do dólar.
Com informações do Estadão Conteúdo.