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Agronegócio: mercado de terras no Brasil está (cada vez mais) valorizado. Vejas as oportunidades de investimento

Agronegócio

Agronegócio. Foto: Unsplash

O agronegócio tem se destacado no Brasil, como um importante impulsionador do PIB nacional ou como uma opção atrativa para investidores no mercado de capitais. Isso se a fatores como a estabilidade relativa que o setor possui diante de adversidades, ao mesmo tempo em que oferece oportunidades lucrativas para os investidores.

O preço das terras agrícolas no Brasil quase dobrou em três anos, atingindo uma média de R$ 55,02 mil por hectare em 2023, de acordo com um estudo da S&P Global Commodity Insights. Esse aumento significativo acompanha um boom nos preços das commodities agrícolas e um aumento na área plantada no país.

A terra agrícola é considerada um ativo real, sendo vista como uma estratégia interessante contra a inflação, com investidores buscando a terra como uma forma de proteção. Segundo Vítor Duarte, CIO da Suno Asset, as terras no Brasil vêm ganhando produtividade ano após ano, sendo um ativo capaz de produzir riqueza maior com o tempo, tendendo a ser bastante demandado e valorizado. 

“Além disso, o investimento em terra geralmente é considerado uma reserva de valor sólida, comumente associada à estabilidade de preços. Dificilmente a terra perde valor; ao contrário, ela tende a se valorizar e se estabilizar em patamares mais altos ao longo do tempo. Esse comportamento de aumento de preço tem sido observado nos últimos anos”, comenta Duarte.

Agronegócio: qual a tese de investimento por trás do mercado de terras?

O Brasil vem convertendo terras menos produtivas, como pastagens extensivas, em terras mais produtivas para agricultura, aumentando a rentabilidade da terra. 

No entanto, essa conversão tem um limite, pois nem todas as terras podem ser convertidas devido a questões como o microclima. Um estudo sugere que em cerca de 14 anos não haverá mais terras disponíveis para essa conversão.

Isso significa que as terras destinadas à agricultura serão as que existem atualmente sem espaço para desmatamento adicional. Com a crescente demanda global por alimentos e a oferta limitada de novas terras, espera-se que o valor das terras agrícolas aumente no longo prazo.

“Desmatar não é uma opção. Então, a quantidade de terras é limitada. E, quando se tem cada vez mais pessoas no mundo precisando ser alimentadas, o valor das terras tende a acelerar quando você tiver uma restrição na oferta de novas terras. Essa é uma tese importante para ter”, diz Duarte. 

Quais oportunidades e desafios para os mercados de terras?

O mercado de terras tem apresentado uma boa rentabilidade nos últimos anos. No entanto, existem alguns desafios como a necessidade de adquirir terras licenciadas, livres de problemas de desmatamento e questões fiscais ou trabalhistas, o que demanda uma diligência rigorosa na identificação de boas oportunidades de investimento. 

Também é preciso considerar as características técnicas da terra, como o teor de argila. 

“Quanto às oportunidades, como não haverá novas terras disponíveis, espera-se que o preço da terra se valorize, especialmente com a crescente demanda global por alimentos. Investir em um fundo de investimento que se dedique a terras agrícolas é uma forma acessível de participar desse mercado, já que comprar uma terra individualmente pode exigir um investimento considerável e não é tão prático”, destaca Duarte. 

Atualmente, o Brasil possui uma vasta extensão de terras, com apenas 7,8% atualmente utilizadas para a agricultura, de acordo com a Embrapa. O país tem cerca de 63,5 milhões de hectares em terras cultivadas, sendo que somente o Cerrado tem um potencial de 85,7 milhões de hectares para o cultivo. 

Considerando apenas este bioma para a produção de grãos, ainda haveria uma capacidade de crescimento de 35% da área utilizada para a agricultura no país. Em comparação, países como a Índia, com população em crescimento, e a Europa, com alta demanda, estão utilizando quase 100% de suas áreas agricultáveis. Esses países precisam importar alimentos de nações com capacidade de exportação, como o Brasil.

“A população mundial está em crescimento, e essa é uma tendência que se mantém. Países como a Índia têm visto melhoras na qualidade de vida de seus cidadãos, o que tem elevado a renda per capita, por exemplo, para cerca de US$ 2 mil. Esse aumento de renda é positivo, pois significa que mais pessoas têm acesso a uma alimentação melhor, com maior consumo de proteínas. Isso representa uma grande oportunidade de investimento em terras.”

Agronegócio em março

Nos três primeiros meses do ano, a receita da balança do agronegócio foi sustentada principalmente pelo aumento das vendas externas de açúcar (+US$ 2,52 bilhões), algodão (+US$ 997,41 milhões) e café verde (+US$ 563,64 milhões).

O bom resultado nas vendas desses produtos compensou a queda nas exportações de milho (-US$ 1,2 bilhão); soja em grãos (-US$ 901,30 milhões) e óleo de soja (-US$ 543,45 milhões), destacou a pasta.

No primeiro trimestre deste ano, as importações de produtos agropecuários cresceram 3,7% em relação a igual mês do ano anterior, para US$ 4,635 bilhões, equivalente a 7,8% do total internalizado pelo País no período.

Com isso, o saldo da balança comercial do setor ficou positivo em US$ 32,806 bilhões frente aos US$ 31,376 bilhões de igual período de 2023.

Em março, as exportações do agronegócio brasileiro alcançaram US$ 14,21 bilhões, queda de 10,8% ante igual mês do ano passado. O ministério atribui o desempenho negativo à redução nos preços internacionais dos alimentos.

O índice de preços dos produtos do setor exportados pelo Brasil recuou 11,9% em comparação com março de 2023. Já o volume embarcado pelo agronegócio aumentou 1,3%.

Os cinco principais setores exportadores em março foram: complexo soja (44,3% de participação nas exportações do setor), carnes (12,8% do total), complexo sucroalcooleiro (11,3% do total); produtos florestais (9,4% do total); e café (5,7% do total).

Juntos, estes setores responderam por 83,4% do valor total exportado pelo Brasil do mês.

A China manteve-se como principal destino dos produtos do agronegócio brasileiro no mês, respondendo por 35,9% dos produtos exportados pelo agronegócio brasileiro. Os embarques ao país asiático, contudo, recuaram 23% na comparação anual para US$ 5,10 bilhões.

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