Agronegócio: Veja 6 formas de investir no campo sem tirar o pé da cidade
Ano após ano, o agronegócio brasileiro tem expandido a área de produção e consolidado papel fundamental para a balança comercial positiva do Brasil.
Em 2021, o PIB do agronegócio brasileiro cresceu 10,79% entre janeiro e setembro, puxado principalmente pelas safras recordes e avanço do setor agrícola, de 17,06%.
Segundo destaca o coordenador científico do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), Geraldo Sant’Ana de Camargo Barros, em artigo publicado no início do ano, o volume da agropecuária brasileira cresceu, com a exceção de 2020, ao ritmo médio de 4,7% ao ano durante os últimos 20 anos.
Anualmente, o volume de grãos avança, em média, ao ritmo de 7%, grande parte dos quais – cerca de 50% – são exportados e ajudam a fortalecer a balança comercial brasileira.
Apesar da expectativa de demanda fraca neste ano, Camargo Barro destaca uma novidade importante relevante para o agronegócio brasileiro: o programa Auxílio Brasil.
“Em 2020 foi espetacular o impacto social do Auxílio Emergencial de quase R$300 bilhões quando finalmente foi implementado, que terminou por afetar os mercados em geral e o de alimentos em especial”, avalia o especialista.
Assim, o Suno Notícias separou seis formas de se investir no agronegócio sem sair da cidade. As principais são:
- Fiagros;
- FIIs de terras ligado ao agronegócio;
- LCAs;
- CRAs;
- Companhias Agropecuárias; e
- ETFs ligados ao setor agropecuário.
Fiagro
Lançados em julho do ano passado, os Fundos de Investimentos das Cadeias Agroindustriais, ou Fiagros, têm conquistado espaço na carteira dos investidores brasileiros. Os Fiagros são investimentos de renda variável e reúnem ativos do agronegócio.
Segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), em janeiro deste ano, as ofertas de Fiagros movimentaram R$ 675 mihões, mais da metade do volume captado por esse produto desde o lançamento no ano passado, entre agosto e dezembro de 2021.
Segundo a instituição, “a rápida aceitação das notas comerciais, que começaram a ser negociadas em novembro, também chama a atenção: as ofertas desse produto levantaram R$ 445 milhões em janeiro, graças à facilidade de sua emissão”.
Conforme lembra Amanda Coura, head de Structured Products na Suno Asset, os rendimentos dos Fiagros são isentos de incidência de imposto de renda a pessoas físicas, o que dá um incentivo extra para os investimentos no segmento.
FIIs de Terras ligados ao agronegócio
Outra opção entre os fundo de investimentos são os Fundos de Investimento Imobiliário, os FIIs, de agronegócio. Estes fundos podem ser focados em terras rurais, galpões logísticos, silos e outros espaços de armazenagem relacionados ao agronegócio.
Os principais fundos desta categoria são Quasar Agro (QAGR11), Riza Terrax (RZTR11), o BTG Pactual Agro Logística (BTAL11) e o BTG Pactual Terras Agrícolas (BTRA11). Estes fundos investem principalmente em fazendas, silos e outros imóveis como os para armazenagem de grãos.
Letras de Crédito do Agronegócio
As Letras de Crédito do Agronegócio, ou LCAs, são títulos de renda fixa emitidos por instituições financeiras para captar recursos aos participantes da cadeia do agronegócio. Uma das vantagens das LCAs é que, assim como os Fiagros, os rendimentos são isentos de pagamento de Imposto de Renda.
As Letras de Crédito do Agronegócio são lastreadas em empréstimos destinados à produção, beneficiamento ou industrialização de produtos agrícolas e ajudam a desenvolver a atividade no Brasil. Em geral, as LCAs rendem uma fração do CDI.
Certificados de Recebíveis do Agronegócio
Outra opção de investimento são os Certificados de Recebíveis do Agronegócio. Por serem mais arriscados, os CRAs têm rendimento acima dos títulos públicos e são lastreados em operações de crédito do agronegócio.
Ao contrário das LCAs, que financiam empréstimos, os CRAs servem para os credores adiantarem o recebimento de créditos.
Ações do Agro
Investidores também têm à disposição a opção de investir diretamente em ações de empresas do agronegócio. Na B3 (B3SA3) elas estão listadas sob a categoria de empresas de consumo não-cíclico e são 11:
- Agrogalaxy (AGXY3);
- Boa Safra (SOJA3);
- BrasilAgro (AGRO3);
- Centro de Tecnologia Canavieira (CTCA3);
- Agribrasil (GRAO3);
- Pomi Frutas (FRTA3);
- Raízen (RAIZ4);
- Aliperti (APTI3);
- SLC Agrícola (SLCE3);
- Terra Santa Agro (LAND3); e
- 3Tentos (TTEN3).
ETFs
Há também a opção, entre os instrumentos de renda variável, de alocar recursos em ETFs (Exchange-Traded Fund), ou fundos de índices, como são conhecidos no Brasil, do setor do agronegócio.
Na B3, eles podem reproduzir o comportamento de preços de commodities, como o CMDB11, que aloca recursos, entre outros setores, na produção agropecuária do Brasil.
Bônus!
Apesar de mais complexos, há também outros instrumentos financeiros que permitem investir no agronegócio, como a Cédula do Produto Rural, título emitido por produtores que representam de promessa de entrega futura de produto agropecuário, ou Fundos de Investimento em Direito Creditório (FIDCs) e Fundos de Investimentos em Participações (FIPs).