Agronegócio: entidades se manifestam pelo Estado de Direito; Fiesp adia documento com teor semelhante

Nesta segunda (30), a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) divulgou nota dizendo que não participou da elaboração de texto da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) com críticas ao governo federal. O documento seria divulgado nesta terça — mas a Fiesp decidiu adiar a publicação. No mesmo dia, entidades do agronegócio resolveram lançar um manifesto pedindo “liberdade para empreender, gerar, compartilhar riqueza, contratar e comercializar, no Brasil e no exterior”.

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O documento do setor agroindustrial defende: “É o Estado Democrático de Direito que nos assegura essa liberdade empreendedora essencial numa economia capitalista”, conforme antecipado mais cedo pelo Broadcast Agro, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

O manifesto da Fiesp provocou, também nesta segunda, a saída Banco do Brasil (BBAS3) e a Caixa Econômica Federal da Febraban. Os bancos públicos avisaram a decisão ao ministro da Economia Paulo Guedes e ao presidente do Banco Central (BC). O motivo da saída seria porque o documento da Fiesp pede harmonia entre os três Poderes. A Febraban é signatária do documento e os dois bancos, BB e Caixa, descordam do posicionamento por considerarem político.

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O documento do agronegócio é assinado por várias entidades representativas do setor no país, entre elas Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo), Associação Brasileira de Produtores de Óleo de Palma (Abrapalma), Croplife Brasil (que representa empresas de defensivos químicos, biológicos, mudas, sementes e biotecnologia), Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) e Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg).

Documento pede estabilidade e harmonia

O documento diz que as amplas cadeias produtivas e setores econômicos representados por essas entidades precisam de estabilidade, segurança jurídica e harmonia para poder trabalhar. Segundo as entidades, a liberdade empreendedora de que precisam é o inverso de aventuras radicais, greves e paralisações ilegais. “De qualquer politização ou partidarização nociva que, longe de resolver nossos problemas, certamente os agravará”, afirmam as entidades.

As entidades dizem que estão preocupadas com os atuais desafios à harmonia político-institucional e à estabilidade econômica e social do País. “Em nome de nossos setores, cumprimos o dever de nos juntar a muitas outras vozes, num chamamento a que nossas lideranças se mostrem à altura do Brasil e de sua história”, afirmam.

O texto lembra que, sob a Constituição Federal de 1988, a sociedade escolheu viver e construir o País por meio do Estado Democrático de Direito. “Mais de três décadas de trajetória democrática, não sem percalços ou frustrações, porém também repleta de conquistas e avanços dos quais podemos nos orgulhar. Mais de três décadas de liberdade e pluralismo, com alternância de poder em eleições legítimas e frequentes”, citam as entidades.

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Segundo elas, o desenvolvimento econômico e social do País, para ser efetivo e sustentável, requer paz e tranquilidade, reconhecendo as minorias, a diversidade e o confronto respeitoso de ideias. “Acima de tudo, uma sociedade que não mais tolere a miséria e a desigualdade, que tanto nos envergonham.”

Manifesto do agronegócio: “Sociedade tensionada em crises”

O manifesto também aponta que o Brasil, sendo uma das maiores economias do mundo, não pode se apresentar à comunidade das Nações como uma sociedade permanentemente tensionada em crises intermináveis ou em risco de retrocesso ou rupturas institucionais. “O Brasil é muito maior e melhor do que a imagem que temos projetado ao mundo. Isto está nos custando caro e levará tempo para reverter”, alertam as entidades.

As entidades apontam também que a moderna agroindústria brasileira é reconhecida mundo afora como resultado de inovação e sustentabilidade. “Somos força do progresso, do avanço, da estabilidade indispensável e não de crises evitáveis”, pontuam.

Por fim, dizem que o setor do agronegócio continuará contribuindo para o futuro e a prosperidade do País.

(Com Estadão Conteúdo)

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Redação Suno Notícias

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