O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ao presidente da China, Xi Jinping, que a produção do agronegócio brasileiro pode dobrar sem a derrubada de árvores. Em encontro reservado nesta sexta (14), o governante brasileiro afirmou que o desenvolvimento da agricultura brasileira não precisa de “desmatamento irresponsável e muito menos de queimadas”.
“O Brasil pode praticamente dobrar sua produção agrícola recuperando as terras degradadas, sem precisar derrubar nenhuma árvore”, comentou Lula na reunião bilateral. Nesse mesmo encontro a portas fechadas, o presidente da República comentou que “ninguém vai proibir que o Brasil aprimore suas relações” com a China.
Lula afirmou que a visita à gigante chinesa de tecnologia Huawei, na quinta (13), foi uma demonstração de que o Brasil “quer dizer ao mundo que não tem preconceito” nas suas relações comerciais. A Huawei foi acusada pelo ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump de fazer espionagem e o governo americano pressionou Brasília para não adotar a tecnologia 5G da empresa chinesa.
O presidente brasileiro defendeu que as relações entre os dois países precisam ir além da questão comercial e avancem para campos como ciência e tecnologia, educação e cultura. “Queremos que a relação Brasil e China transcenda a questão comercial”, disse o presidente da República do Brasil.
Além do agronegócio: papel para a paz
Durante a reunião com Lula, Jinping afirmou que os dois países têm interesses comuns e que esse relacionamento vai desempenhar “papel positivo importante para a paz, o desenvolvimento e a prosperidade das regiões e do mundo”.
O líder chinês afirmou que Brasil e China são os maiores expoentes em relação aos países em expansão no mundo. “A China trata como estratégica e de longo alcance as relações entre China e Brasil, e dá lugar de destaque a nossas relações exteriores”, afirmou. “China e Brasil são os maiores países em desenvolvimento e importantes mercados emergentes dos dois hemisférios. Temos interesses em comum”, concluiu.
O governante brasileiro também disse que conta com a China “na luta para preservar a terra”. Além das conversas sobre o agronegócio, os políticos conversaram sobre transição energética e da meta do Brasil de chegar ao desmatamento zero na Amazônia em 2030.
Com Estadão Conteúdo