Agrogalaxy (AGXY3) reverte lucro e tem prejuízo líquido ajustado de R$ 292,4 milhões

A Agrogalaxy (AGXY3), uma das maiores revendedoras de insumos agrícolas do País, teve prejuízo líquido ajustado de R$ 292,4 milhões no quarto trimestre de 2024, período marcado pelo início da recuperação judicial da empresa, anunciada em setembro.

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Em igual período de 2023, a empresa obteve lucro líquido ajustado de R$ 107,9 milhões. O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado ficou negativo em R$ 206,3 milhões. No quarto trimestre de 2023, a Agrogalaxy teve Ebitda ajustado de R$ 281,7 milhões. A receita líquida caiu 69,3% na mesma comparação, para R$ 741 milhões.

Em todo o ano de 2024, a receita somou R$ 4,612 bilhões, recuo de 50,9% em relação aos R$ 9,4 bilhões do ano anterior. O prejuízo líquido ajustado foi de R$ 2,48 bilhões em 2024, com o Ebitda ajustado negativo em R$ 1,62 bilhão. Em 2023, a empresa teve prejuízo líquido ajustado de R$ 334,5 milhões e Ebitda ajustado de R$ 342,2 milhões.

Apesar do resultado financeiro desfavorável, a empresa conseguiu fortalecer sua posição de caixa em 146%, passando de R$ 195 milhões ao fim do terceiro trimestre para R$ 480 milhões em dezembro. Esse ganho de liquidez foi obtido principalmente pela transformação de vendas a prazo em operações à vista e pelo estímulo para que agricultores antecipassem o pagamento de dívidas previstas para o primeiro trimestre de 2025.

A companhia também reduziu substancialmente suas despesas operacionais. Os gastos com vendas, administração e gerenciamento caíram 38% no quarto trimestre de 2024 ante igual período de 2023, passando de R$ 200 milhões para R$ 124 milhões. No ano, a redução foi de 17,3%, refletindo as medidas drásticas de corte de custos que incluíram o fechamento de metade das lojas e a demissão de 40% dos funcionários.

Agrogalaxy (AGXY3) aprova plano de recuperação judicial

O plano de recuperação judicial da Agrogalaxy foi aprovado por ampla maioria (82,4% dos credores) em assembleia realizada no dia 10 de abril, com homologação judicial esperada para os próximos 30 dias. Entre os credores estão uma série de Fiagros que tiveram sua distribuição de dividendos impactada nos meses seguintes, devido ao não pagamento de Certificados de Recebíveis Agrícolas (CRAs) pela empresa.

A Agrogalaxy informou que, após esse processo, pretende focar na melhoria da qualidade da carteira de clientes, na eficiência de cobrança e na diversificação de áreas de atuação para regiões menos expostas a riscos climáticos.

No primeiro trimestre de 2025, a empresa também aprovou o grupamento de ações para adequação às regras da B3, que exigem preço mínimo de R$ 1 por papel. A medida visa criar um mercado secundário mais estável para as ações da Agrogalaxy (AGXY3), que fecharam nesta quarta-feira (23) a R$ 0,51.

Com Estadão Conteúdo

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Redação Suno Notícias

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