Nos próximos dias, as empresas do agronegócio devem divulgar seus balanços financeiros do segundo trimestre de 2020. Parte do mercado financeiro não espera dados animadores do setor. A XP Investimentos avalia que a alta dos combustíveis e a escassez mundial de fertilizantes devem impactar o resultado dessas companhias, especialmente as que produzem ou comercializam grãos. Como fator positivo, porém, a variação cambial pode ter ajudado os produtores brasileiros a manter competitividade no cenário global, escrevem os analistas Leonardo Alencar e Pedro Fonseca. Nesse cenário, quem deve se destacar será a AgroGalaxy (AGXY3).
Os analistas preveem que a AgroGalaxy deve apurar receita bruta na casa de R$ 1,9 bilhão. “Projetamos um sólido crescimento de receita da AgroGalaxy devido à forte performance no varejo, como resultado de preços e volumes mais altos, juntamente com a melhora das margens após a integração das fusões e aquisições recentemente realizadas”, pontuam.
Segundo os analistas da XP, o resultado do 2T22 da Boa Safra (SOJA3) deve apresentar uma receita líquida de R$ 64 milhões, o que significaria um acréscimo de 56% no acumulado de um ano. “Esperamos que a carteira de pedidos mostre um aumento sólido, dada a tendência contínua de adoção de tecnologia pelos agricultores”, diz o relatório da XP.
Já o Grupo Vitti Fertilizantes (VITT3) pode ter números na contramão de seu histórico de segundos trimestres, indicando “fundamentos sólidos” dos negócios. “Esperamos que o aumento dos preços, juntamente com a adoção contínua de tecnologia pelos agricultores, impulsione o faturamento e as margens. Com volumes e preços mais elevados em geral, projetamos um aumento de 25% na receita líquida no ano, e que os defensivos biológicos sejam o destaque”, opinam.
Resultados tímidos virão de Brasilagro (AGRO3), aposta a XP. A empresa deve reportar uma queda na receita vinda dos grãos. A produção de cana-de-açúcar, porém, é uma ferramenta que a companhia tem para driblar um relatório ainda mais negativo, uma vez que essa área pode ter registrado um salto de 40% desde o ano passado.
No entanto, mesmo com uma estimativa de números neutros, a corretora manteve seu posicionamento de compra para todas as quatro empresas, focando os seguintes preços-alvo:
- BrasilAgro a R$ 32,80;
- AgroGalaxy a R$ 16,70;
- Boa Safra a R$ 17,90;
- Grupo Vittia a R$ 18,90.
“Os fundamentos permanecem sólidos e a avaliação é atraente a preços atuais”, conclui a XP.
Nesta segunda (8) as ações da AgroGalaxy fecharam em queda de 1,39%, a R$ 7,75. BrasilAgro recuou 0,24%, a R$ 24,55. Vitti encerrou o pregão em queda de 1,53%, a R$ 10,29. Boa Safra terminou a sessão com alta de 2,74%, a R$ 11,60.