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Agrogalaxy (AGXY3) pode contaminar mercado de crédito?

Agrogalaxy (AGXY3) aprova renegociação e alongamento de dívida milionária

Agrogalaxy (AGXY3). Foto: Pixabay

A Agrogalaxy (AGXY3) pediu recuperação judicial recentemente e sofreu com uma debanada no Conselho de Administração.

Nesse contexto, uma série de Fiagro – os expostos à CRAs vinculados á companhia – sofreram na bolsa por conta da recuperação judicial da Agrogalaxy.

Apesar disso, especialistas apontam que o evento não deve causar contaminação generalizada no crédito agro.

A Multiplike, companhia especializada em crédito para médias e grandes empresas, defende que a pulverização do setor do agronegócio impede que o evento tenha um peso tão grande.

O CEO da Multiplike, Volnei Eyng, comenta que esse fator “limita a possibilidade de uma crise financeira se espalhar por toda a cadeia do agronegócio.

Com isso, a relação da crise com o setor é distinta, por exemplo, do que ocorreu no setor de varejo após a crise da Americanas (AMER3), dado que se trata de um mercado mais concentrado.

Eyng ainda aponta que a crise da AgroGalaxy se aprofundou devido a uma combinação de fatores, incluindo a queda drástica nos preços das commodities, condições climáticas adversas e restrições no acesso ao crédito.

Nesse contexto, a empresa sofreu em termos de liquidez.

“Entre os principais credores da empresa, está a Vert Companhia Securitizadora, que estruturou Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) da AgroGalaxy (AGXY3), no valor de R$ 516,4 milhões. Com a crise de liquidez, houve o vencimento antecipado desses CRAs, intensificando a pressão financeira sobre a empresa”, explica.

Outros credores incluem:

O passivo total da companhia é de R$ 3,7 bilhões, além de US$ 160 milhões em dívidas com credores diversos.

Proteção judicial da Agrogalaxy

Ainda na semana anterior, no dia 19, a empresa obteve uma liminar da 19ª Vara Cível e Ambiental de Goiânia que suspendeu execuções de dívidas e rescisões contratuais, além de bloquear cláusulas de vencimento antecipado.

Com isso, a empresa consegue um ‘fôlego extra’ e passa a ter 45 dias para elaborar um plano de recuperação e iniciar negociações com seus credores.

Entre as medidas determinadas, está a proibição de que bancos detenham cerca de R$ 205 milhões em recebíveis da Agrogalaxy. Segundo os especialistas da Multiplike, esses valores deverão ser transferidos para contas de livre movimentação da empresa, sob pena de multa diária de R$ 100 mil em caso de descumprimento.

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