A diretora de emissores da B3 (B3SA3), Flavia Mouta, declarou nesta terça-feira (5), em evento online na Bolsa, que o setor do agronegócio tem espaço para se encontrar no mercado de ofertas públicas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês) e desempenhar um papel importante na Bolsa brasileira.
De acordo com a executiva, o agro, muito presente nos setores de dívida e securitização, descobriu o mercado de ações. No acumulado de 2021 até o momento, seis empresas do setor de agro fizeram IPOs na B3: Jalles Machado (JALL3), Boa Safra (SOJA3), 3Tentos (TTEN3), Agro Galaxy (AGXY3), Raízen (RAIZ3) e Vittia (VITT3).
“Acreditamos que [o agronegócio] é um setor que tem espaço para crescer e se encontrar no mercado de IPOs,” disse Flavia Mouta, em painel na Semana do Investidor, evento da B3 em parceria com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
“O agro é definitivamente um setor que veio para ficar”, complementou a diretora. “Temos muito espaço na Bolsa brasileira. Há em torno de 400-450 empresas. Ainda temos uma estrada a percorrer.”
Mercado de IPOs e de ações não são só ‘codigozinhos’ na tela
Questionado sobre a análise de um IPO, Adeodato Volpi Netto, sócio-fundador e estrategista da Eleven, pontuou no mesmo painel na B3 que são necessários no mercado de ações, incluindo o de ofertas públicas iniciais, estudo e visão de longo prazo — com respeito ao patrimônio.
“O investidor precisa entender que não é um ‘codigozinho’ piscando na tela. É um pedaço de uma empresa no mundo real. Se você conhecer a companhia, gastar tempo, entender, certamente estará mais seguro”, destacou Volpi Netto.
“O investidor gasta muitas vezes um tempo gigantesco pesquisando sobre o carro que comprará e acha que a empresa na qual investirá não precisa disso”, ponderou.
Na avaliação do especialista, tanto no IPO quanto na ação cuja companhia possui funcionamento sólido, potenciais competitivos e um bom management, o posicionamento correto torna superior a chance de ganhar dinheiro.