O Ministério da Agricultura divulgou nesta segunda-feira (14) que o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) desse ano deve ser de R$ 771,4 bilhões, representando uma quantia 10% maior que do ano passado.
As lavouras tiveram resultado de R$ 519 bilhões, o equivalente a 67,3% do VBP, e a pecuária, em R$ 252,3 bilhões, ou 32,7% do VBP no mês de agosto desse ano, informou o Ministério da Agricultura.
Os valores divulgados representam um aumento do faturamento das lavouras em 13,6%, e a pecuária, 3 7% em relação a 2019. Enquanto a soja representou 37,4% do valor das lavouras, com R$ 194,2 bilhões, o milho, 15,8%, o equivalente a R$ 81,9 bilhões.
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“Alguns produtos estão obtendo resultados nunca obtidos anteriormente, como a soja, milho, carne bovina, carne suína e ovos”, declarou José Garcia Gasques, coordenador-geral de Avaliação de Política e Informação da Secretaria de Política Agrícola.
Os itens que tiveram as maiores altas de VBP são:
- amendoim: 23,7%,
- arroz: 19,9%
- cacau: 16,6%
- café: 39,8%
- mamona: 33,4%
- milho: 15,2%
- soja: 26,1%,
- trigo: 67,4%.
Enquanto os produtos com maior redução do VBP foram:
- algodão: -2,9%
- banana: -8,8%
- batata-inglesa: -23,7%
- mandioca: -3,7%
- tomate: -13,1%
- uva: -13 8%
Em geral, esses itens tiveram uma redução na produção e nos preços neste ano.
Ministra da Agricultura defende juros baixos a produtores sustentáveis na Amazônia
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, declarou no dia 19 de agosto desse ano que aqueles agricultores e pecuaristas que produzem na região amazônica de maneira sustentável e conforme a lei ambiental brasileira, deveriam contar com incentivos, como juros bancários mais baixos ou perto de zero. A declaração foi proferida durante um evento do Itaú BBA, quando a ministra foi questionada sobre o dever da sociedade para o desenvolvimento sustentável da Amazônia.
“Temos de dar respaldo para aqueles produtores que estão naquela região [Amazônia], para que eles tenham alguma vantagem para poder produzir de maneira sustentável — eles têm vantagens, mas também desvantagens. À medida que eles crescerem nesses manejos e sistema sustentáveis, eles têm de ter premiação, por que só ter o ônus?”, destacou a ministra na ocasião.
Tereza Cristina ainda defendeu que aqueles produtores que estão abrindo uma área da maneira correta, com ferramentas mais modernas e dentro do arcabouço legal das leis ambientais, deviam ter um financiamento de quase zero de juros.
Segundo a ministra, isso poderia ajudar a “fazer uma imagem muito boa, que o Brasil está precisando neste momento”. Além disso, ela reforçou que o País conta com 66% da vegetação nativa preservada ao longo de todo o seu território.
Durante o evento online, ela comentou sobre a rastreabilidade na pecuária e salientou que é algo muito importante a se fazer. Ela ainda defendeu que pecuaristas rastreados deveriam arcar com juros menores, e os frigoríficos deveriam pagar mais por esse gado.
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Além disso, a ministra apontou que “dizem que vamos fazer a MP da grilagem. Sou uma pessoa prática, temos de colocar o dedo na ferida e resolver. Quem estiver de maneira irregular, tem de cumprir a lei, mas tem de resolver quem está lá há muitos anos esperando regularização, gente que foi para lá com promessas do governo federal e que está lá abandonada, e vocês não podem nem financiar”.
Sobre o processo de regularização, a ministra da agricultura explicou que “o sujeito para poder se regularizar é tanto documento… O que precisamos fazer é simplificar a maneira de fazer, mas ele vai ter de entregar os documentos e registrar no cartório”.