A Controladoria-Geral da União (CGU) informou nessa segunda-feira (13) que em maio, cerca de 396.316 agentes públicos, incluindo servidores federais, estaduais e militares, receberam equivocadamente o auxílio emergencial de R$ 600, apelidado de coronavoucher. O número foi obtido pela CGU através do cruzamentos dos bancos de dados e os beneficiários já foram identificados.
Contudo, o ministro da CGU, Wagner Rosário, afirmou nessa terça-feira (14) durante uma audiência pública no Congresso que, em alguns casos, o número do CPF de agentes públicos pode ter sido usado por terceiros para receber o coronavoucher. Segundo ele, a devolução do dinheiro deve ser mais ‘tranquila’ nesses casos.
Ainda assim, o pagamento indevido do auxílio emergencial gerou um gasto de R$ 279.674.400 para os cofres públicos no mês de maio.
Rosário apontou que cerca de R$ 78 milhões, referente a concessões indevidas do benefício, já foram devolvidos aos cofres públicos.
A CGU também informou que o Estado que com mais servidores que receberam o auxílio equivocadamente foi o Maranhão, quando pouco mais de 85 mil agentes receberam o benefício.
De acordo com a Controladoria, do total de servidores públicos que receberam o benefício emergencial equivocadamente,
- 17.551 são servidores militares da União, ativos, inativos ou pensionistas;
- 7.236 são servidores federais com vínculo ativo no Sistema Integrado de Administração de Pessoal;
- 371.529 atuam no setor estadual, distrital ou municipal, sendo ativos, inativos ou pensionistas.
Além disso, os beneficiários puderam ser identificados através da pesquisa de CPFs nas bases do governo federal, tribunais de contas e através das controladorias-gerais dos Estados e do Distrito Federal.
Funcionários públicos podem ter recebido coronavoucher automaticamente
Contudo, Rosário destacou que existe a possibilidade dos funcionários não terem solicitado o auxílio, mas tenha recebido automaticamente já que alguns estão inscritos no Cadastro Único. “Alguns militares, garotos com 19 anos, que eram beneficiários de algum programa, estavam no CadÚnico, por exemplo, e passaram a receber quase que imediatamente, sem realizar o cadastro”, explicou ele.
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“Tudo isso está sendo levantado, e aqueles que tentaram fraudar serão responsabilizados, com certeza, não só administrativamente como penalmente, se tiverem cometido algum crime”, acrescentou o ministro sobre as concessões indevidas do coronavoucher.