Os assuntos da Agenda do Dia desta terça-feira (3) prometem mexer com o mercado interno e o externo.
A Magazine Luiza foi multada pelo Procon-MG por uma cobrança indevida de clientes que pode ter rendido R$ 1 bilhão para a empresa nos últimos anos. A CVC, que está sofrendo com os efeitos do surto do coronavírus, já perdeu 47,4% do seu valor de mercado neste ano.
Além disso, a Agenda do Dia conta também com a notícia sobre a Stone, que registrou lucro líquido de R$ 804,2 milhões em 2019.
Confira os principais pontos da Agenda do Dia:
Magazine Luiza
O Procon de Minas Gerais multou a Magazine Luiza (MGLU3) em mais de R$ 10 milhões por uma cobrança imprópria de seguros e produtos não solicitados por clientes da varejista. As cobranças eram feitas nas faturas dos cartões de crédito.
De acordo com o órgão, a Magazine pode ter obtido lucro que ultrapassa R$ 1 bilhão nos últimos anos com a prática ilícita. As informações são do jornal “Estado de Minas”. Segundo o jornal, os consumidores não conseguiam pedir o cancelamento dessas cobranças, nem obter o estorno dos valores.
O promotor de Justiça de Defesa do Consumidor de Belo Horizonte, Glauber Tatagiba, disse que os clientes eram forçados a pagar as cobranças para não terem que pagar outros encargos, juros e despesas que apareceriam se o valor integral da fatura não fosse pago.
“O usuário arca com o custo de um serviço não solicitado, encontra dificuldades para cancelar a cobrança e precisa insistir para que ela seja cessada. Essa prática é flagrantemente abusiva e prejudicial ao consumidor”, disse o promotor.
Em nota, a Magazine Luiza informou que “foi surpreendido com a notícia veiculada ontem, 2 de março, sobre a autuação aplicada pelo Procon/Ministério Público de Minas Gerais. Desde dezembro de 2018, há uma tratativa entre as partes em curso e, durante esse período, a empresa vem atendendo, de forma transparente e célere, a todos os pedidos de informação feitos pelo órgão.
Ainda que cumpra todas as determinações legais, o Magazine Luiza tem a convicção de que as práticas de relacionamento com o cliente sempre podem ser aprimoradas. Por isso, durante as reuniões com os representantes do MP, vem discutindo e acatando sugestões de melhoria.
Muitas das práticas sugeridas já são adotadas. Todos os 30.000 colaboradores da companhia são treinados para informar, de forma clara e precisa, os consumidores sobre produtos e condições e se comprometem a agir dessa forma ao aderirem ao Código de Conduta da companhia. Nenhuma venda é permitida sem que haja a autorização do cliente. Colaboradores que descumprem as regras estão sujeitos a sanções previstas na política da empresa — que vão da advertência à demissão por justa causa. A fim de verificar aplicação da política, o Magalu realiza auditoria em listas de clientes que adquiriram os serviços e produtos. E todas as reclamações de consumidores são apuradas.
O cliente que desejar cancelar a compra de qualquer serviço — incluindo seguros — pode fazê-lo nas lojas ou pelos canais de atendimento. Uma das medidas de segurança adotada pela companhia é enviar ao cliente, logo após a compra, um SMS, cujo propósito é confirmar a aquisição do seguro. Cancelamentos são possíveis a qualquer tempo, independentemente do motivo.
O Procon/MP MG apresentou uma relação de 1 537 reclamações de clientes — supostamente sobre seguros no cartão –, realizadas nos últimos 10 anos. Na conta, constam consumidores de vários estados.
A empresa analisou a relação apresentada pelo órgão e constatou que 66,8% dos casos não estavam relacionados a reclamações de seguro no cartão ou não puderam ser identificados por falta de informação no processo. Segundo apuração do Procon/MP, em dez anos, foram registradas 511 reclamações relativas ao seguro no cartão de crédito, o que representa 0,006% das vendas totais de seguros feitas pelo Magazine Luiza nesse período. Importante dizer que essas queixas não significam que houve falha no processo de venda ou intenção de obter qualquer tipo de “vantagem indevida”.
Por tudo isso, o Magazine Luiza considera a autuação do Procon/MP de Minas Gerais absolutamente descabida e injusta.
O Magazine Luiza esclarece, ainda, que o processo está em fase administrativa e que não houve condenação, diferentemente do que foi informado em nota da assessoria de comunicação do MP. Diante dos fatos, a companhia informa que adotará todas as medidas cabíveis para anular a autuação.”
CVC
Outra notícia da agenda do dia é o andamento da CVC (CVCB3) na Bolsa de Valores. A gigante do turismo já havia perdido 47,4% do seu valor de mercado neste ano. O percentual equivale a R$ 3,099 bilhões. Só na segunda, a empresa perdeu R$ 407 milhões, de acordo com dados calculados pelo “Valor Data”, do jornal “Valor Econômico”.
Stone
A Stone divulgou seu balanço na última segunda-feira (2) e registrou um lucro líquido de R$ 804,2 milhões no ano de 2019. Com aumento de 150%, o lucro ajustado foi de R$ 857,1 milhões.
As receitas totais da Stone foram 63,1% maiores em relação ao ano anterior, somando R$ 2,576 bilhões. A empresa conquistou 226 mil novos clientes para a plataforma ao longo do ano passado, atingindo a marca de 495,1 mil.
Foi transacionado o montante equivalente a R$ 129,1 bilhões de pagamentos em sua plataforma de serviços. O valor representa um crescimento de 54,8% no ano.
A margem ajustada foi de 33,3% no ano de 2019, mais de 11 pontos percentuais acima da registrada no ano de anterior. O ganho em cada transação foi de 1,85%.
Azul
Os acionistas da Azul (AZUL4) aprovaram, na noite da última segunda-feira (2), o subarrendamento de 28 jatos bimotores E-195 da sua frota para a norte-americana Breeze Aviation. O objetivo da companhia aérea brasileira é substituir sua frota inteira de E-195 por aviões E-2. As aeronaves E-2 são mais econômicas e modernas.
O diretor-presidente da Azul, John Rodgerson, agradeceu aos acionistas por colaborarem com o avanço da transformação da frota. “Além de fornecer flexibilidade adicional à frota, cada E1 substituído por uma aeronave de nova geração contribuirá para uma redução significativa de nossas despesas, além de contribuir para um aumento na geração da receita”, afirmou o executivo.
MRV
Para completar a Agenda do Dia, o resultado da MRV (MRVE3). A construtora registrou lucro líquido de R$ 151 milhões no 4º trimestre de 2019. O valor equivale a uma queda de 20,7%. O lucro da MRV no acumulado de 2019 foi de R$ 690 milhões, valor igual ao registrado em 2018.
A Agenda do Dia da Suno mostra os principais acontecimentos que prometem movimentar o mercado durante o dia.