Impulsionada pelo início das operações comerciais de projeto de geração eólica, a AES Brasil (AESB3) registrou um crescimento de 21,3% no lucro líquido do terceiro trimestre de 2023, em relação ao reportado em igual período do ano passado, alcançando os R$ 124,4 milhões. Com isso, no acumulado do ano até setembro, o lucro da geradora soma R$ 220,7 milhões, alta de 20,7%, em base anual de comparação.
O lucro antes juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda da AES), por sua vez, apresentou uma expansão de 51,4% no terceiro trimestre, na comparação anual, para R$ 429,7 milhões. A Margem Ebitda deu um salto de 11,2 pontos porcentuais (p.p.), para 47,3%. De janeiro a setembro, o Ebitda totalizou R$ 1,175 bilhão, aumento de 42,7%, com, margem 8,3 p.p. maior, de 47,8%.
“Em nove meses já estamos com um Ebitda de R$ 1,2 bilhão, que é o que reportou ao longo de 12 meses no ano passado. Então, quando falamos de materialização de crescimento no resultado, como na geração de caixa, é o que a gente entrega agora”, disse ao Broadcast Energia, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores, José Ricardo Simão.
Ele comentou que o 3T23 da AES Brasil houve a entrega de 100% do Complexo Eólico Cajuína Fase 1, com 314 megawatts (MW) de capacidade instalada, fazendo com que a companhia alcance 4,5 GW de portfólio de geração renovável. “Esta é a primeira entrega do fluxo todo de construções”, disse.
Simão reiterou que até o fim do primeiro semestre de 2024 a empresa deve entregar a totalidade da segunda fase de Cajuína, com mais 370 MW – quatro turbinas já estão em operação comercial. Adicionalmente, a companhia espera entregar até o fim do ano que vem 100% do projeto Tucano, na Bahia, de 322 MW. Os projetos já estão com toda energia contratada.
Entre julho e setembro, a geração bruta de energia total alcançou 4.302,4 gigawatts-hora (GWh), alta de 59% na comparação anual. Em nove meses, a geração somou 12.768 GWh, um crescimento de 52,9%.
A fonte hídrica segue respondendo pela maior parcela da geração. As hidrelétricas operadas pela AES Brasil geraram 2.747,6 GWh, montante 49,4% acima do verificado nos mesmos meses do ano passado, refletindo a maior afluência e a recuperação dos reservatórios. Em nove meses, as usinas da empresa produziram 8.958,3 GWh, 41,8% mais.
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AES: resultado financeiro
Já a geração eólica da AES Brasil cresceu 94,6% trimestre contra trimestre, para 1.412 GWh, impulsionada pelos novos complexos Ventos do Araripe, Caetés, Cassino e a entrada em operação faseada dos Complexos de Tucano e Cajuína 1. De janeiro a setembro, a geração aumentou 111,4%, para 3.393,4 GWh. Por fim, a geração solar fotovoltaica chegou a 142,4 GWh no terceiro trimestre, alta de 1,3%. No acumulado do ano até setembro, foram 417,2 GWh, queda de 3,6%.
O resultado financeiro da AES Brasil ficou negativo em R$ 150,7 milhões no terceiro trimestre, montante 321,4% maior que o reportado um ano antes, refletindo o aumento do endividamento para fazer frente aos projetos em construção. Em nove meses, as despesas financeiras líquidas somaram R$ 439,4 milhões, alta de 84,9%.
A AES Brasil encerrou o setembro com dívida bruta consolidada de R$ 11,8 bilhões, 49,4% superior ao mesmo período de 2022, enquanto a dívida líquida cresceu 95,3%, para R$ 8,727 bilhões . O índice de alavancagem da AES Brasil atingiu 5,61 vezes, informou a empresa.
Com Estadão Conteúdo