A Aeris (AERI3) registrou lucro líquido de R$ 15,629 milhões no quarto trimestre de 2020, queda de 61,2% em relação ao observado em igual período de 2019. Segundo analistas da XP e da Consulenza, a entrada de novas linhas de operação impactou negativamente a eficiência operacional da Aeris no período, afetando o resultado.
Segundo o release da Aeris, 8 linhas maduras ficaram ativas em 2020, ante 9 em 2019. Já as linhas não maduras permaneceram em 6, como registrado no ano anterior. As linhas maduras são aquelas instaladas há mais de 12 meses.
A fabricante destacou que 2020 foi marcado pelo processo de transição das linhas de produção. A empresa encerrou o ano com mais de 75% das linhas de produção dedicadas à fabricação de pás.
No acumulado do ano, o lucro líquido aumentou 27,6%, para R$ 113,2 milhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Aeris caiu 33,8% em base anual de comparação com o quarto trimestre de 2019, para R$ 45,475 milhões. Considerando os 12 meses de 2020, o Ebitda ficou em R$ 243,2 milhões, alta de 45,4%.
A margem Ebtida foi de 6,1% no quarto trimestre, contração de 8,4 pontos percentuais (p.p) na comparação de base anual. Já no ano passado, a margem ficou em 11%, recuo de 9,0 p.p.
A receita líquida do quarto trimestre foi de R$ 749,9 milhões, representando alta de 166% em relação ao quatro trimestre de 2019. No ano, a receita foi de R$ 2,208 bilhões, crescimento de 164,8%.
Os dados operacionais da novata da Bolsa, que estreou em novembro do ano passado, ficaram abaixo da expectativa do mercado, na análise da XP investimentos, com lucro líquido 33% e 42% abaixo das estimativas.
O forte desempenho da receita da Aeris foi ofuscado pelo lucro e Ebitda. Na análise da XP Investimentos, o lucro líquido foi pressionado pelos seguintes itens:
- níveis de eficiência abaixo do ideal, devido a linhas de produção recém-implementadas e a descontinuidade de cinco linhas maduras;
- perdas cambiais não recorrentes que afetaram negativamente os resultados financeiros.
Embora o resultado tenha sido fraco na análise da XP, a corretora vê indicação de demanda futura, com o crescimento de receita, apontando para perspectivas positivas para 2021. A XP projeta que as novas linhas de produção serão implementadas e as atuais, ainda não maduras, se tornarão eficiente.
Por esse motivo, com visão a longo prazo, e apesar do resultado, a recomendação permanece de compra da Aeris com o preço-alvo de R$ 15,00 por ação.
Em relatório, a Consulenza destacou que o crescimento de receita da Aeris, mas também ressaltou as margens mais apertadas com a entrada em operação de novas linhas de produção.
Cotação da Aeris
Após a notícia, por volta das 10h38, as ações da Aeris caíam a 4,98%, negociadas a R$ 11,29.
(Com informações do Estadão Conteúdo)