Aéreas lideram quedas do Ibovespa; veja 5 maiores baixas
No último pregão, o Ibovespa, fechou o acumulado da semana em alta de 2,21%, aos 114,473.78 pontos, na contramão dos mercados internacionais que caíram com o conflito entre Rússia e Ucrânia. O índice contou com a influência positiva da alta das commodities, mas penalizou o varejo e outras empresas que dependem de um fluxo global melhor.
No contexto, as aéreas encabeçaram as baixas apesar da retração no dólar e ficaram com as maiores baixas do Ibovespa.
Vale lembrar que a semana foi menor do que o tradicional, já que com o período de carnaval a bolsa abriu somente por três dias, e na quarta-feira de cinzas o pregão começou às 13h.
Confira a seguir, as cinco maiores baixas do Ibovespa esta semana:
- Gol (GOLL4): -14%
- Azul (AZUL4): -13,6%
- CVC (CVCB3): -11,8%
- JHSF (JHSF3): -8,6%
- Ambev (ABEV3): -8,3%
Gol e Azul lideram baixas do Ibovespa com petróleo em alta
Mesmo com o dólar em baixa, as companhias aéreas despencam na bolsa por conta de uma disparada no preço do petróleo. O combustível dos aviões, além de ser dolarizado, sofre com influência à commodity – que encontra-se nos seus maiores patamares dos últimos 8 anos.
Tanto o Brent como o WTI saltam acima de US$ 120, penalizando as margens financeiras das companhias aéreas.
Somente na sexta, os futuros do Brent avançaram US$ 7,65, ou 6,9%, fechando em US$ 118,11 o barril, enquanto o petróleo dos EUA (WTI) subiu US$ 8,01, ou 7,4%, encerrando a US$ 115,68.
Segundo o analista Pedro Galdi, da Mirae Asset, o avanço da commodity tende a impactar diretamente no custo do combustível para as empresas do setor aéreo.
Tanto a Gol quanto a Azul tiveram a maior queda diária do principal índice da Bolsa paulista, com ambas derrapando mais de 7% no último pregão da semana.
CVC despenca, mas mantém-se no campo positivo em 2022
A companhia não foi alvo de notícias negativas, mas sofre com uma incerteza do cenário de turismo, considerando algumas restrições por conta do conflito entre Rússia e Ucrânia – que podem alterar a viagem a alguns destinos.
Pela segunda semana seguida as ações da CVC têm baixas, com queda de 11,87% e são cotação de R$ 11,06.
Os papéis caem 0,58% no mês, mas no ano acumulam valorização de 35,65%.
JHSF cai após resultado
As ações da empresa subiram mais de 4% no pregão que sucedeu o resultado financeiro da companhia, mas as baixas que vieram nessa semana com o movimento de venda dos papéis derrubaram as ações para R$ 5,05.
A companhia reportou lucro líquido de R$ 254,6 milhões no quarto trimestre de 2021 (4T21), o que representa um crescimento de 33,4% em relação ao mesmo período de 2020.
Além disso, anunciou R$ 108,99 milhões em dividendos aos seus acionistas.
Ambev cai com previsão de queda nas margens, guerra e 4T21
Com o trigo em alta, a companhia de bebidas deve ter pressão nas margens financeiras, segundo os especialistas do BB Investimentos, que sofre em conjunto com a M. Dias Branco (MDIA3). Apesar disso, a recomendação é de compra, com potencial de 27% de alta, para R$ 18,50.
Para a Ambev, sexta maior empresa aberta brasileira, cerca de 10% do custo de produtos vendidos estão relacionados com o preço do milho e trigo.
Segundo os analistas do Itaú BBA, a perspectiva não é positiva.
“Segundo nossas contas, essas commodities têm um fator crucial na composição de preços da Ambev e qualquer aumento pode afetar a lucratividade da companhia.”
Ainda assim, o impacto deve ser postergado para o balanço de 2023, dadas as estratégias de proteção da companhia às flutuações bruscas na cotação de insumos.
“Isto seria vital para determinar a lucratividade da empresa, em 2023, principalmente porque o ambiente de consumo parece estar bastante resistente ao repasse de preços em 2022 e 2023.”
A companhia reportou também seu resultado financeiro no fim da semana anterior, com lucro líquido de R$ 3,747 bilhões no quarto trimestre de 2021, o que representa uma queda de 45,6% ante o reportado em igual trimestre do ano anterior.
Já o lucro ajustado foi de R$ 3,885 bilhões, um recuo de 44,6% ante igual etapa de 2020.
Assim, a ação da companhia fechou a semana cotada a R$ 13,93, sendo a quinta maior queda do Ibovespa.