Senador Aécio Neves é alvo de investigação da Lava Jato
A Polícia Federal (PF) cumpre mandados de busca e apreensão de imóveis do Senador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB) e sua irmã, Andréa Neves na manhã desta terça-feira (11). Os mandados fazem parte da Operação Ross, um desdobramento da Lava Jato.
A investigação englobou Aécio Neves a partir da delação premiada de Joesley Batista e Ricardo Saud, executivos da JBS, do grupo J&F. Segundo Batista, foram repassados R$ 110 milhões ao deputado federal eleito e seus aliados. O período citado foi entre 2014 e 2017.
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A ordem foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello. Esta é a instância onde repercutem as investigações referentes aos políticos com prerrogativas de foro.
No total são 24 mandados de busca em oito estados e o Distrito Federal (DF). Os estados são: Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Amapá.
Em São Paulo, um dos nove locais paulistas é a sede da Força Sindical, entidade presidida por Paulinho da Força (SD).
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Operação Ross
O esquema de recebimento de propina se dava por meio de simulações de serviços que não eram de fato prestados. Assim, eram emitidas notas fiscais frias no esquema de lavagem de dinheiro.
De acordo com a delação premiada, o repasse da propina foi para partidos que poderiam fazer coligação na disputa presidencial, pois Aécio Neves era candidato na época.
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O documento “Planilhão de Doações de 2014” foi feito, com todos os pagamentos feitos e as seguintes indicações:
- azul para aqueles feitos com notas frias
- amarelo para repasses em espécie
- branco para os “viabilizados mediante lavagem de dinheiro nas doações oficiais”
Os partidos que mais receberam foram o PSDB e o PTB, com cerca de R$ 64,6 milhões e R$ 20 milhões respectivamente.
No entanto, os partidos DEM, PTN, PSL, PTC, PSC, PSDC, PTdoB, PEN e PMN também foram mencionados na delação.
Além de empresários, outros políticos identificados na investigação são:
- senador Agripino Maia (DEM)
- senador Antonio Anastasia (PSDB)
- deputado federal Benito da Gama (PTB)
- deputada federal Cristiane Brasil (PTB)
A PF solicitou mandados de buscas para os Maia, Benito e Cristiane. O ministro Marco Aurélio rejeitou os pedidos.
Andréa, a irmã de Aécio Neves, já foi presa pela PF na Operação Pátmos em 2017. Foi solta no mesmo ano por decisão do ministro Marco Aurélio.