O principal advogado de Carlos Ghosn, Motonari Otsuru, pediu demissão nesta quarta-feira (13).
Otsuru é ex-promotor e cuidava do caso de Carlos Ghosn, que está preso desde 19 de novembro em Tóquio, acusado de fraudes financeiras. De acordo com o comunicado do escritório de advocacia, o advogado enviou uma carta ao tribunal informando a sua demissão.
No entanto, a decisão de Otsuru não explicou os motivos de seu pedido de demissão. Além disso, a atitude do ex-promotor aconteceu antes da reunião na quinta-feira (14) que vai preparar o julgamento de Ghosn.
No início do último mês, o advogado mostrou pessimismo em relação as perspectivas de liberdade sob fiança de Ghosn, durante sua única entrevista coletiva.
Entretanto, mesmo com o posicionamento de Otsuru de não criticar as condições da prisão de Ghosn, não houveram sinais de desavença entre o executivo e seus advogados.
Em contrapartida, Ghosn criticou sua prisão prolongada durante entrevista no final de janeiro, na prisão de Kosuge, norte de Tóquio.
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Caso Carlos Ghosn
Carlos Ghosn está preso desde 19 de novembro em Tóquio, sendo acusado de fraude e uso indevido de recursos do grupo Renault-Nissan, no qual era presidente.
O executivo de 64 anos foi acusado de ter omitido em suas declarações de renda às autoridades da Bolsa de Valores nipônica. Ele teria escondido quase 5 bilhões de ienes (cerca de US$ 44 milhões) entre 2010 e 2015.
Além disso, seu braço direito, Greg Kelly, também foi acusado de ter ajudado a ocultar valores.
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Ghosn também é suspeito de ter repetido a fraude, entre 2015 e 2018, totalizando 4 bilhões de ienes (cerca de US$ 35 milhões).
De acordo com a Nissan, além das acusações de não ter declarado sua renda real, seu ex-presidente utilizou ilicitamente residências de luxo espalhadas em vários países do mundo pagas pela empresa.
Carlos Ghosn foi destituído da presidência da Nissan poucos dias depois de ter sido detido. Além disso, o executivo foi retirada da presidência da Mitsubishi Motors e no último mês renunciou ao mesmo cargo na Renault.
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