ADRs da Vale caem 16% em Nova York
Os títulos da mineradora Vale negociados na Bolsa de Valores de Nova York despencaram nesta segunda-feira (28).
Saiba mais: VALE3: Análise sobre suas ações após o acidente em Brumadinho
Os ADRs (American Depositary Receipts) da vale cotados na Bolsa de Valores dos Estados Unidos caíram de 16,33% as 10:48. A queda foi consequência do rompimento da barragem de Brumadinho (MG), que provocou um desastre ambiental e a morte de 58 pessoas. No fechamento da última sexta-feira (28) os papéis da mineradora tinham recuado 8,08%.
Saiba mais: S&P: Vale em observação e poderia ser rebaixada
OADR é uma espécia de um recibo de ações de empresas de fora dos Estados Unidos negociadas na Bolsa de Nova York. Esse tipo de papel foi criado há 90 anos como meio de facilitação para os investidores norte-americanos que comprarem ações de empresas estrangeiras.
Saiba mais: Governo: normas para licenciamento de barragens mudarão
Esta segunda-feira será o primeiro dia em que as ações da Vale voltarão a ser negociadas na B3. Isso por causa do fechamento da Bolsa na capital paulista provocado pelo aniversário de 465 anos de São Paulo. As previsões dos analistas indicam que as ações deverão sofrer fortes baixas por causa do desastre em Brumadinho.
Saiba mais: AGU: multa aplicada à Vale por brumadinho é só a primeira
Vale já tem R$ 11 bilhões bloqueados
A Justiça já bloqueou R$ 11 bilhões da Vale após o desastre de Brumadinho (MG). O bloqueio dos valores nas contas da mineradora foi determinado para compensar os prejuízos e danos ambientais provocados pelo rompimento da barragem. Na noite do último sábado (26) o Ministério Público de Minas Gerais congelou R$ 5 bilhões de reais nas contas da Vale.
Saiba mais: MP de Minas Gerais pede bloqueio de R$ 5 bilhões da Vale
Este valor se soma a outras duas ações , uma também de R$ 5 bilhões e outra de R$ 1 bilhão. Todas as ações foram começadas depois da tragédia da barragem da mineradora na região metropolitana de Belo Horizonte.
O desastre de Brumadinho
A Barragem 1 de rejeitos da mina de Córrego do Feijão estourou na última sexta-feira (25). A mina, localizada na área metropolitana de Belo Horizonte, é de propriedade da Vale.
O acidente gerou uma avalanche de lama, que destruiu parte do centro administrativo da empresa em Brumadinho, e arrastou casas e até uma ponte. As autoridades locais informaram que ao menos 58 pessoas morreram e 305 estão desaparecidas.
A barragem rompida faz parte do complexo de Paraopeba. A mina é responsável por 7,3 milhões de toneladas de minério de ferro do terceiro trimestre de 2018. O volume corresponde a 6,2% da produção total de minério de ferro da Vale.
Esse é o segundo desastre com barragem em que a Vale se envolve em três anos. Em 2015 ocorreu a tragédia de Mariana, com o rompimento da barragem da Samarco. Naquele desastre morreram 19 pessoas e a lama destruiu centenas de casas e construções.
A Samarco é controlada pela Vale e pela mineradora anglo-australiana BHP Billiton, cada uma com 50% das ações. As duas empresas se tornaram alvo de ações na Justiça por conta do desastre. As pessoas afetadas ainda esperam por reparação.