A comissária de Comércio da União Europeia, Cecilia Malmström, declarou na última terça-feira (1) que o bloco não assinará o acordo comercial com o Mercosul antes do final de 2020.
De acordo com Malmström, até que o acordo seja aprovado, os países do Mercosul e da UE deverão buscar compromissos com ‘seus respectivos interessados’.
“Isso provavelmente não chegará à mesa dos ministros antes do Natal do próximo ano”, declarou a comissária.
Antes de ser aprovado, os países europeus farão uma série de revisões no acordo. Após a aprovação, a aliança entrará em vigor provisoriamente até a validação dos parlamentos de todas as nações envolvidas.
O Acordo de Paris sobre as mudanças climáticas foi citado pela comissária como uma problemática para o acordo, caso não seja respeitado. A declaração ocorreu pois alguns membros da UE estão pressionando o governo brasileiro a respeito das políticas ambientais do País.
Preservação ambiental no acordo entre Mercosul e UE
Na última semana, Malmström já havia demonstrado preocupação com os reflexos das políticas ambientais do Brasil para o acordo entre os dois blocos, segundo o chanceler brasileiro Ernesto Araújo.
“Ela [Malmström] mencionou essa preocupação de alguns membros em relação à ratificação. O que conversamos é que precisamos intensificar o diálogo para mostrar qual é a prioridade da Amazônia, a dimensão real da questão, a qualidade das políticas brasileiras e o que está sendo feito”, afirmou Araújo.
De acordo com o chanceler, os blocos estão enfrentando problemas de comunicação. Por conta disso, a UE não possuí a percepção correta sobre as políticas ambientais brasileiras.
Áustria veta acordo de livre comércio
O Parlamento da Áustria decidiu rejeitar o acordo comercial entre os dois blocos. Para que o tratado seja ratificado é necessário da aprovação de ao menos 28 países do bloco europeu.
Saiba mais: Áustria veta acordo de livre-comércio entre Mercosul e União Europeia
O país europeu acredita que o Brasil não tem compromisso com a preservação da Amazônia. “O acordo teria sido ruim para a nossa agricultura, mas especialmente para a proteção climática e os direitos trabalhistas na América do Sul”, disse o vice-chefe do Partido Social-Democrata do país, Jörg Leichtfried.
A França, no mês de agosto, após as queimadas na Amazônia, se posicionou contra acordo de livre-comércio entre o Mercosul e a UE. O presidente frânces Emmanuel Macron acusou o presidente da República Jair Bolsonaro de mentir sobre as questões ambientais do País.
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