Acordo entre Mercosul e União Europeia ameaça setor automotivo nacional
O acordo entre o Mercosul e a União Europeia tem causado preocupação para o setor automotivo. De acordo com a Associação dos Fabricantes de Veículos (Anfavea) e a Associação das Empresas Importadoras de Veículos (Abeifa), é necessário reformas serem aprovadas para gerar competitividade igualitária.
Para o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia só poderá entrar em vigor quando as reformas tributária e da Previdência forem aprovadas. “Não existe esse cenário. O Brasil agora tem data para estar preparado”, disse Moraes.
Por sua vez, o presidente da Abeifa, José Luiz Gandini, afirmou que a aprovação das reformas é muito mais importante do que o acordo entre o Mercosul e UE. “Isso sim mexe com o mercado já, muito antes do que o acordo”, disse o presidente.
Competitividade
A expectativa para o presidente da Anfavea é que o acordo entre em vigor de dois a três anos. “Esse é o prazo que a gente tem para implementar as reformas nas várias dimensões. O Brasil precisa se preparar para o acordo, senão haverá mais riscos do que chances”, diz Moraes.
Contudo, o presidente acredita que a possibilidade do acordo já está influenciando agora os investimentos das montadoras.
“Quando as montadoras planejam seus investimentos, elas levam em consideração ciclos de oito, dez anos. Então, com esse novo cenário, incluindo o acordo, as empresas vão decidir onde e como alocar seus acordos. Sendo assim, o acordo já começa a influenciar agora”, disse o executivo.
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Para Moraes, o trato entre os dois blocos é uma ameaça sendo necessário ataque. “O aumento da importação é uma ameaça, mas a gente tem que atacar isso. Atacar a competitividade torna-se algo para ontem”.
“Estamos considerando a hipótese firme de também exportar [para a UE], mas, para isso, temos de atacar a competitividade, a corrida contra o tempo começou. Antes falávamos em competitividade, mas não tinha data, agora tem”, disse o presidente da Anfavea.
O acordo entre o Mercosul e a União Europeia fará com que os veículos europeus terão tarifa reduzida gradualmente, até ela ser eliminada, dentro de 15 anos.
