Acordo comercial entre China e EUA não é iminente, segundo embaixador
O embaixador americano em Pequim, Terry Branstad, afirmou ao “Wall Street Journal” que um acordo comercial entre a China e os Estados Unidos da América (EUA) não é iminente. Segundo apuração do jornal norte-americano, autoridades chinesas estão mais cautelosas com uma cúpula, sem garantias de Washington para um acordo final.
Assim, a China e os EUA se afastam da possibilidade de uma cúpula em 27 de março. A reunião contaria com a presença Donald Trump, presidente norte-americano, e Xi Jinping, presidente chinês. A data também foi anunciada pelo “Wall Street Journal”, na semana passada.
Na terça-feira (5), o Diretor do Conselho Econômico Nacional dos Estados Unidos, Larry Kudlow, disse à “Fox News” que “há esperança de que, talvez, até o final deste mês ou início de abril os dois líderes se encontrem e finalizem um acordo”.
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Contudo, em seguida, o diretor disse para não o prenderem à fala, “porque ainda não está escrito em cimento”.
A China almeja uma cúpula que aproxime-se de uma cerimônia de assinatura, ao invés de mais uma negociação. Contudo, o receio dos chineses é que Donald Trump faça exigências de última hora.
Por meio do embaixador americano em Pequim, Terry Branstad, os EUA deram a entender que as autoridades norte-americanas querem espaço de negociação para a cúpula. “Talvez tenha alguns retoques ou coisas finais resolvidas pelos dois líderes”, disse o embaixador.
Branstad acrescentou que há uma “boa química” entre Donald Trump e Xi Jinping. Os dois países são protagonistas de uma guerra comercial.
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Guerra comercial
Em 2015, a China lançou o programa “Made in China 2025”, que tinha como objetivo fazer do país um líder mundial em setores, como:
- aeronáutica;
- robótica;
- telecomunicações;
- inteligência artificial
- e veículos de energia limpa.
Aliado da produção chinesa, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pareceu favorável ao progresso da China. Contudo, Trump observou perdas norte-americanas com o novo plano chinês.
Assim, os EUA pedem o fim de práticas comerciais que julga “injustas”, como:
- Transferência de tecnologia imposta a empresas estrangeiras na China;
- Roubo de propriedade intelectual dos EUA;
- Subsídios concedidos a empresas estatais chinesas.
Para “incentivar” Pequim a corrigir tais “injustiças” do comércio, a Casa Branca impôs novas tarifas de US$ 250 bilhões em produtos chineses.
Em retaliação, a China aplicou tarifas adicionais a US$ 110 bilhões em produtos norte-americanos.
Assim, os movimentos de alta nas tarifas recebeu o nome de guerra comercial da Imprensa. Com os crescentes indícios de desaceleração econômica global, o conflito tarifário entre as nações preocupou os investidores em 2018.
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Acordo complicado
O texto do acordo estaria sendo elaborado desde o último encontro entre os negociadores dos dois países, realizado em Washington em fevereiro. Entretanto, ainda há obstáculos para a conclusão do acordo.
Além disso, ambos os países podem enfrentar resistências internas. Como por exemplo críticas sobre os termos, que poderiam ser considerados muito favoráveis ao outro país.
Segundo fontes do “Washington Post”, para poder alcançar o acordo, o governo chinês estaria disposto a mudar as leis sobre a atuação de empresas estrangeiras.
Essa mudança igualaria as condições de competição para empresas no país. Entre as outras coisas, estaria previsto um cronograma mais rápido para a eliminação de limites para investimentos de capital estrangeiro na China.
E, além disso, a China teria aceitado reduzir as tarifas de importação de carros, atualmente em 15%, e elevar o volume de importações de produtos dos EUA.