Após acordo com a Ser, ações da Ânima (ANIM3) operam em queda; XP indica compra
A Ânima (ANIM3) informou, nesta sexta-feira (30), que chegou a um acordo com a Ser Educacional (SEER3) para encerrar os processos judiciais que estavam envolvidas acerca da compra dos ativos da Rede Laureate no Brasil. Mesmo assim, as ações da companhia operam em queda nesta manhã.
Por volta das 11h, os papéis da Ânima apresentavam uma baixa 1,06%, para R$ 27,03. A queda chegou a ser de 2,48% no início do pregão. Na negociação com a concorrente, a companhia entendeu o direito da Ser em receber R$ 180 milhões, conforme previsto no “Transaction Agreement” firmado em setembro.
A Ser perdeu a corrida pelos ativos da Laureate no Brasil, que controla universidades como Anhembi Morumbi e FMU, após ter sua oferta superada em R$ 423 milhões pela da Ânima, segundo informou o grupo no início desta semana. A proposta da Ser era de R$ 4 bilhões para a incorporação das operações da companhia norte-americana em seus negócios.
Agora, caso o fechamento da transação entre a Laureate e a Ânima não aconteça no prazo de até 12 meses, a partir de hoje, a Ser poderá renunciar à opção pela dação em pagamento e exigir da Ânima os R$ 180 milhões. A companhia também concedeu à Ser uma opção de compra, por um valor já estebelecido, que poderá ser exercida no prazo de 60 dias, de 100% das quotas das sociedades em diversas universidades controladas por ela.
XP Investimentos recomenda compra de Ânima com upside de 54%
A XP Investimentos informou, na noite da última quinta-feira (29), que iniciou a cobertura das ações da Ânima com a recomendação de compra dos papéis com o preço-alvo de R$ 41,70. Com base na atuação cotação, o potencial de valorização indicado pode ser de mais de 54%.
“Temos recomendação de compra para as ações da Ânima porque, apesar do setor de educação superior ser um dos mais afetados pelos efeitos da pandemia, a Ânima apresentou um desempenho mais resiliente em comparação às suas pares e vemos um potencial interessante de melhora de resultados”, disseram os analistas Vitor Pini e Matheus Soares.
A principal tese de investimento gira em torno da alta qualidade das marcas sob o guarda-chuva da Ânima, que fez com que o ticket médio aumentasse em 10% no primeiro semestre, ao passo que a base de aluno também avançou, cerca de 12%, nos primeiros seis meses deste ano, mesmo em meio à pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
Além disso, a possibilidade de crescimento inorgânico por meio de aquisições também segue no radar — a disputa pela Laureate é um sinal disso. A compra da norte-americana, para a XP, tem uma perspectiva positiva que pode elevar o lucro por ação (LPA) da empresa.
A corretora estima um lucro líquido de R$ 350,6 milhões em 2023, com uma margem líquida de 16,3%. O Retorno sobre Capital Investido (ROIC), dessa forma, seria de 25,1%. Os riscos para o investimento em Ânima se concentram em dois aspectos: o processo de captação de novos alunos no primeiro semestre do ano, que são tipicamente maiores, além da habilidade da companhia em manter sua percepção de qualidade que viabiliza o ticket médio alto.