Ibovespa: XP recomenda Vale (VALE3) e Itaú (ITUB4) e deixa Petrobras (PETR4) de fora da carteira de ações para janeiro

A XP divulgou nesta terça (2) sua carteira de ações para janeiro de 2024. Os analistas da XP mantiveram entre as recomendações pesos pesados do Ibovespa como a Vale (VALE3) e o Itaú (ITUB4). O que chamou atenção foi a retirada da Petrobras (PETR4) da carteira.

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A Petrobras foi substituída pela São Martinho (SMTO3) na carteira da XP “devido a melhores indicadores de produtividade que devem levar a uma maior diluição de custos, forte momentum nos lucros olhando para frente; e uma perspectiva de oferta e demanda de açúcar ainda apertada”, segundo o relatório, assinado por Fernando Ferreira, Estrategista-Chefe e Head do Research, e Jennie Li, Estrategista de ações.

Outra empresa que deixou de integrar as recomendações da XP para ações em janeiro foi a Rumo (RAIL3), que deu lugar à Iguatemi (IGTI11): “Vemos uma combinação positiva de aumento das taxas de ocupação e inadimplência líquida significativamente sob controle como um ponto positivo para a expansão de margens”, explicam os analistas

“Essa carteira de ações é composta por 10 papéis que são as top picks dos nossos analistas do Research XP. A carteira tem como objetivo superar o desempenho do Ibovespa no horizonte de longo prazo. A composição da carteira é analisada mensalmente pelos analistas”, acrescentam.

Os estrategistas da XP buscam para a carteira:

  • 1) visão de longo prazo;
  • 2) diversificação setorial;
  • 3) ações com valuation atraentes, “ou seja, baratas em relação a seus pares”;
  • e 4) nomes com boas perspectivas de crescimento.

“No mês de dezembro, a nossa carteira subiu 6,8% vs. um desempenho de +5,4% do Ibovespa”, diz o relatório da XP. Veja as ações que compõem a carteira de janeiro, o peso, a recomendação e a estimativa de preço-alvo:

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Por que a Petrobras deixou a carteira de ações da XP?

Os analistas ressaltaram que removeram a Petrobras da carteira de dividendos da XP por considerar que, recentemente, “os investidores estão cada vez mais temerosos de que um cenário mais negativo para os preços do petróleo possa se desenrolar no próximo ano.”

E complementa: “Os riscos de cotações mais pressionadas durante o primeiro semestre do ano podem ser justificados pelas seguintes previsões:

  • o crescimento da oferta de países de fora da OPEP continuará em 2024;
  • o crescimento da demanda deve desacelerar no próximo ano, devido ao crescimento econômico mais lento na maioria dos lugares fora dos EUA;
  • “um saldo entre oferta e demanda negativo no início de 2024. Adicionalmente, nos últimos períodos, observamos uma lenta, mas contínua deterioração da relação risco-retorno para a tese de investimento da Petrobras”.

São Martinho e Iguatemi no radar da XP

Por esses motivos, optaram por diminuir a “exposição ao petróleo e focar nossa aposta relacionada à commodity na PRIO (PRIO3).

Por que a São Martinho entrou na carteira? “Somos da opinião de que as ações reagiram de forma exagerada à queda nos preços do açúcar, impulsionada pelos fundamentos, mas também por
motivos técnicos e de fluxo de notícias.

A visão positiva para a ação SMTO3 vem, segundo os analistas, de “melhores produtividades que devem levar a uma maior diluição de custos, forte momentum nos lucros olhando para a frente e a perspectiva de oferta e demanda de açúcar continua apertada, mas esperamos que os preços se recuperem.”

A entrada da Iguatemi é explicada pela XP pelos seguintes motivos:

  • aumento das taxas de ocupação;
  • inadimplência líquida significativamente sob controle como um ponto positivo para a
    expansão de margens nos próximos trimestres, o que poderia apoiar um momento de resultados fortes.
  • Além disso, esperamos que o sólido desempenho das vendas de lojistas da Iguatemi (+15,0% A/A em novembro/2023) continue apoiando o crescimento da receita de aluguel (principalmente através do aluguel complementar), apesar de um cenário ainda pressionado pelo efeito de reajuste do IGP-M.
  • Finalmente, “vemos a Iguatemi sendo negociada a 11,2x P/FFO 24E, o que parece atrativo em relação a seus pares – Multiplan (MULT3), a 13,8x P/FFO 24E.

Segundo a XP, a Rumo se mantém como top-pick na cobertura de Transportes, mas “estamos removendo-a de nosso portfólio Top10, pois atualmente vemos mais gatilhos de curto prazo em outras ações.”

Ações da carteira da XP para janeiro no Ibovespa

Entre as ações recomendadas pela XP está a da Equatorial (EQTL3), que “apresentou desempenho em linha com o Índice Ibovespa em dezembro apesar do retorno da discussão em torno da renovação das concessões de distribuição.” A casa diz que “esta discussão é um ruído desnecessário e pode não ir adiante. A EQTL3 segue como nossa Top Pick no setor.”

Em dezembro, as ações do Itaú Unibanco (ITUB4) subiram 8,4%, superando o IBOV (+5,4%) e o IFNC (+7,4%) no mesmo período, respetivamente. “Atribuímos a sólida performance do banco frente ao setor
financeiro aos fortes resultados apresentados no 3T23. Adicionalmente, vimos uma sinalização mais construtiva do Federal Reserve em relação ao ciclo de corte de juros em 2024, o que catalisou um
aumento de apetite por risco e atraiu capital estrangeiro para mercados emergentes.”

No caso do Itaú, em específico, diz a XP, “ainda vemos a possibilidade de um dividendo extraordinário, dado o excedente de capital, como um trigger de curto prazo para o papel.”

Para as ações da Vale, “esperamos que os preços mais elevados do minério de ferro permaneçam em janeiro, dada a melhor sazonalidade na China e os menores estoques de aço e minério de ferro em toda a
cadeia.” A XP cita ainda “melhor desempenho relativo das mineradoras de ferro em comparação às siderúrgicas, dados os maiores preços e volumes esperados, dada a melhor sazonalidade na China” E complementa: “O valuation está descontado, já que vemos a Vale negociando com desconto de 12% EV/EBITDA em relação às principais mineradoras de minério de ferro (Rio Tinto, BHP e FMG).”

Outro recomendação é da Vivara (VIVA3): “Em dezembro, as ações da Vivara desempenharam acima do Ibovespa, provavelmente pela expectativa de resultados fortes do 4T23, o trimestre sazonalmente mais forte para a companhia, enquanto a aprovação da MP 1.185 sem implicações para a Zona Franca de Manaus também pode ter ajudado. Há perspectivas de crescimento e dinâmica de margem da companhia. Mantemos nossa recomendação de compra e preço-alvo de R$38,0/ação, com o nome como uma das nossas top picks no setor.

E conclui: “As ações da Vivara são uma de nossas preferências para 2023 no varejo brasileiro. Nossa visão construtiva é pautada por cinco pilares”:

  • “player resiliente em meio a um cenário macro desafiador dado posicionamento em alta
    renda, enquanto o mercado joalheiro tende a ser menos volátil em relação a outros segmentos discricionários devido à sua proposta de valor;
  • segundo a XP, a Vivara deve liderar a consolidação do mercado por suas marcas fortes e estrutura verticalizada;
  • o momento de resultados deve permanecer sólido, apesar do macro;
  • “Vemos baixo risco de execução na expansão de Life, dado o cenário competitivo fraco e resultados iniciais já fortes, sendo um motor de crescimento e rentabilidade; e valuation atrativo em 14,7x P/L 2024e, que vemos como assimétrico frente aos fortes resultados, mas potencialmente explicado pela baixa liquidez da ação.”

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Marco Antônio Lopes

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