As ações da Vale (VALE3) estão registrando uma forte alta nesta quarta-feira (30).
As ações da Vale chegaram a registrar um aumento de 8% durante a manhã. Entretanto, as 10h54 elas marcavam um aumento de 7,46% a R$ 45,93. Na última terça-feira (29) os papéis da mineradora subiram 0,85% em R$ 42,74 na Bolsa de Valores de São Paulo. A máxima durante o dia chegou a passar dos 5%. Entretanto, a queda de da terçã e desta quarta não recupera o tombo de 24,52% registrado na segunda-feira (28). Um tombo provocado pelo rompimento da barragem em Brumadinho, Minas Gerais.
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As ações da Vale representam cerca de 10% de todo o Ibovespa, o índice de referência da Bolsa de Valores do Brasil. Por isso, na segunda-feira, o índice da Bolsa registrou um resultado negativo de 2,29%. Um tombo gerado pela queda das ações da Vale, que registaram a maior queda da história de uma empresa brasileira em um dia.
Ao contrário, na terça as ações da Vale subiram e contribuíram para que o Ibovespa fechasse com alta de 0,20%, a 95.639 pontos.
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Efeitos do fechamento da mina da Vale
O fechamento da mina Córrego do Feijão resultará em uma redução de 1,5% na produção da Vale. Algo considerado de baixo impacto sobre a oferta mundial da commodity, segundo os analistas.
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Outros desastres
Além do desastre da Vale em Brumadinho, outros acidentes que atingiram a cadeia de fornecimento global levaram a cotação do minério de ferro a subir. Entre eles, um incêndio em uma instalação portuária pelo Rio Tinto Group no início deste mês. Além disso, em novembro houve um descarrilamento de trem que atingiu as operações da BHP Group.
O desastre de Brumadinho
A Barragem 1 de rejeitos da mina de Córrego do Feijão estourou na última sexta-feira (25). A mina, localizada na área metropolitana de Belo Horizonte, é de propriedade da Vale.
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Segundo o Corpo de Bombeiros, ao menos 84 pessoas morreram e 276 estão desaparecidas. No total, estão trabalhando no local 226 bombeiros em operações de busca. Outros 136 soldados de Israel chegaram no local para auxiliar as operações.
O acidente gerou uma avalanche de lama, que liberou em torno de 13 milhões de metros cúbicos (m³) de rejeitos. A lama destruiu parte do centro administrativo da empresa em Brumadinho, e arrastou casas e até uma ponte.
A barragem rompida faz parte do complexo de Paraopeba. A mina é responsável por 7,3 milhões de toneladas de minério de ferro do terceiro trimestre de 2018. O volume corresponde a 6,2% da produção total de minério de ferro da Vale.
Esse é o segundo desastre com barragem em que a Vale se envolve em três anos. Em 2015 ocorreu a tragédia de Mariana, com o rompimento da barragem da Samarco. Naquele desastre morreram 19 pessoas e a lama destruiu centenas de casas e construções.
A Samarco é controlada pela Vale e pela mineradora anglo-australiana BHP Billiton, cada uma com 50% das ações. As duas empresas se tornaram alvo de ações na Justiça por conta do desastre. As pessoas afetadas ainda esperam por reparação.
A Vale informou em nota o início de uma sindicância interna para apurar as causas do rompimento da barragem. “Os resultados preliminares foram compartilhados hoje com as autoridades federais e estaduais que estão acompanhando o caso”, informou a mineradora no documento.
Dois engenheiros terceirizados da Vale foram presos na última terça-feira em São Paulo. Os técnicos estavam envolvidos com o projeto da barragem que se rompeu em Brumadinho e são suspeitos de fraudarem laudos. Essas irregularidades atestaram a estabilidade da mina Córrego do Feijão e permitiram assim as operações no local.
Além dos dois engenheiros também foram presos outros três funcionários da Vale. Todos eram diretamente envolvidos e responsáveis pela barragem. Os mandados são de prisão temporária, têm validade de 30 dias e foram expedidos pela justiça de Minas Gerais.
Foram também cumpridos sete mandados de busca e apreensão em Belo Horizonte e em São Paulo. Os investigadores procuraram provas na sede de uma consultoria que atuou para a Vale.