Os papéis da Stone desabaram na bolsa americana Nasdaq nesta quarta. As ações da empresa brasileira de pagamentos sofreram uma desvalorização de 8,66%, caindo a US$ 38,50.
A queda se deu após a Stone anunciar o preço de sua oferta secundária de ações, divulgada na segunda (1º). A companhia vai oferecer 19,5 milhões de ações ordinárias classe A a US$ 40,50.
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O prazo de encerramento da oferta será em 5 de abril. Os subscritores têm a opção de 30 dias para comprar até 2,9 milhões de ações adicionais pelo preço da oferta pública, subtraído o desconto de subscrição.
A Stone anunciou sua oferta subsequente de ações pouco menos de seis meses após ter feito sua oferta pública de ações na Nasdaq.
Segundo o Brazil Journal, o movimento de venda após o período de restrição para negociação de ações, o lock-up, já era esperado pelo mercado. Mesmo assim, a Stone surpreendeu pela rapidez. O prazo acabaria só em 22 de abril.
O mercado não costuma ver com entusiasmo ofertas secundárias de ações, mas não houve reação negativa imediata com o anúncio da Stone. Muito pelo contrário. Os papéis da companhia na Bolsa fecharam a sessão da segunda-feira com alta de 4,43%, a US$ 42,93.
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A equipe de analistas do BTG Pactual disse, em relatório divulgado ao mercado, que foi permitido a todos os acionistas vender na oferta, o que não foi feito por todos.
“O IPO teve uma oferta secundária muito pequena, os acionistas minoritários podem reagir mais negativamente. Uma oferta secundária de 100% pode enviar uma mensagem mais negativa ao mercado, por isso, consideramos uma oferta primária ou uma M&A teria sido melhores opções para reforçar o capital da companhia em preparação para operadores mais agressivos”, informou.
No IPO, em outubro, as ações da Stone entraram no pregão valendo US$ 32 – muito acima do valor estipulado de US$ 24 por ação – o que significa que a quantidade de ações de ambos chegaram a mais de 2 bilhões de reais.
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Resultados
A empresa vai bem financeiramente. A credenciadora de cartões registrou um lucro líquido ajustado de R$ 342,8 milhões em 2018. Em relação a 2017, o crescimento foi de expressivos 659,6%. Sem os ajustes, os ganhos foram de R$ 305,2 milhões. No ano anterior, o prejuízo havia sido de R$ 105 milhões.
No quarto trimestre de 2018, o lucro líquido ajustado da Stone foi de R$ 155,9 milhões, um crescimento de 646,3% em relação ao mesmo período de 2017. Sem ajustes, o valor foi de R$ 127,1 milhões, contra um prejuízo de R$ 14,3 milhões no quarto trimestre de 2017.