3 ações para investir após a temporada de balanços (e outras três para ter atenção)
O mês de outubro foi marcado pela temporada de balanços do terceiro trimestre. Entre 22 de outubro e 14 de novembro, as empresas listadas na bolsa brasileira divulgaram seus resultados de julho a setembro deste ano. Por um lado, algumas companhias decepcionaram o mercado, mas existiram também nomes que entraram para a lista de ações para investir dos investidores.
De modo geral, a temporada de balanços do terceiro trimestre foi positiva para o mercado brasileiro. De acordo com um levantamento feito pela Levante Investimentos, 80% das empresas brasileiras aumentaram o lucro líquido em relação ao mesmo período de 2023 e 75% lucraram mais quando comparado com o trimestre anterior.
A alta do dólar no trimestre contribuiu para o bom desempenho das exportadoras, incluindo empresas de segmentos como celulose e frigoríficos. Além disso, os bancos também surpreenderam positivamente o mercado no período. Aqui no Suno Notícias, já mostramos qual instituição financeira teve o pior desempenho e qual foi a melhor, segundo especialistas.
A seguir, confira três ações que se destacaram positivamente no terceiro trimestre e outras três que deixaram a desejar.
3 ações para investir após a temporada de balanços
Suzano (SUZB3)
A primeira ação destacada positivamente por Pedro Nogueira, gestor dos fundos de ações da Skopos Investimentos e Pietro Tortoreli, analista de ações da Skopos, é a Suzano (SUZB3). No trimestre, a companhia lucro líquido de R$ 3,237 bilhões e reverteu o prejuízo de R$ 3,494 bilhões reportado no mesmo período do ano anterior.
“A Suzano apresentou resultados fortes e acima do esperado. Um aumento nos volumes de venda, direcionamento de mais volumes para regiões onde os preços estavam mais elevados e câmbio depreciado permitiram que ela gerasse um EBITDA sequencialmente maior, mesmo com a queda do preço da celulose e um ambiente difícil na China. Isso também se deu em meio a custos pontualmente maiores dado o início de sua nova fábrica, o Projeto Cerrado”, explicam os especialistas.
Segundo eles, o principal destaque do balanço foi a forte geração de caixa e a redução da alavancagem.
Gerdau (GGBR4)
Outra companhia que também apresentou resultados acima das expectativas entre julho e setembro é a Gerdau (GGBR4).
A empresa reportou um lucro líquido ajustado de R$ 1,432 bilhão no terceiro trimestre deste ano, queda de 10% frente ao mesmo período do ano passado. Apesar da queda, os números foram bem recebidos pelo mercado e os papéis da companhia dispararam após a divulgação do balanço.
“A Gerdau apresentou resultados fortes, principalmente no Brasil, onde as iniciativas de corte de custos e otimização de capacidades produtivas geraram queda expressiva dos custos por tonelada, que atingiram o menor patamar desde o quarto trimestre de 2021”, destacam Nogueira e Tortoreli.
Itaú Unibanco (ITUB4)
Já entre as instituições financeiras, o destaque positivo foi Itaú Unibanco (ITUB4), que reportou um lucro recorrente gerencial de R$ 10,675 bilhões, 18,1% acima do registrado um ano antes. De acordo com os especialistas, a capacidade de manter a rentabilidade resiliente é a principal característica que atrai atenção dos investidores sobre o banco.
Além disso, eles destacam ainda a capacidade da instituição financeira de distribuir proventos acima da média do segmento.
“Trazendo em números, o banco teve lucro líquido de R$ 10,7 bilhões no trimestre, acumulando R$ 30,5 bilhões no ano, isso representa um aumento de 16% em relação a 2023. Além disso, o banco segue com rentabilidade muito acima de seus concorrentes, o que deve se traduzir em uma distribuição de proventos ao investidor em torno de 11%”, explicam eles.
3 empresas que foram piores do que o esperado
CSN (CSNA3)
Por outro lado, a CSN (CSNA3) aparece entre os destaques negativos da temporada de balanços do terceiro trimestre. A empresa registrou um prejuízo líquido de R$ 751 milhões entre julho e setembro e reverteu o lucro de R$ 91 milhões apresentado no mesmo período de 2023.
Segundo os especialistas, os resultados da companhia foram impactados pela variação negativa da cotação do minério de ferro no mercado chinês.
“Apesar da melhora dos custos, a divisão de siderurgia apresentou expansão de margem EBITDA pouco expressiva, que saiu de 5,8% no 2T24 para 6,4% no 3T24. Além disso, a empresa apresentou um fluxo de caixa livre negativo em aproximadamente R$1 bilhão, consumo menor que no trimestre anterior, mas ainda sim consumindo caixa”, analisam os especialistas da Skopos.
Banco do Brasil (BBAS3)
Enquanto os resultados do Itaú foram positivos, os números do Banco do Brasil (BBAS3) não convenceram os investidores. A instituição financeira reportou um lucro líquido ajustado de R$ 9,5 bilhões, alta de 8,3% ante o mesmo período do ano passado.
“A qualidade desse resultado deixou a desejar, especialmente devido ao aumento da inadimplência. O índice de inadimplência subiu de 3,0% para 3,3% no trimestre, enquanto os concorrentes do banco continuam apresentando uma melhora nesse indicador”, explicam os especialistas.
Além disso, eles destacam ainda a revisão do guidance do banco, que reforça uma perspectiva desfavorável para os indicadores de inadimplência.
Hapvida (HAPV3)
Por fim, a Hapvida (HAPV3) é mais um destaque negativo do terceiro trimestre. A empresa reportou um lucro líquido ajustado de R$ 324,5 milhões no período, com alta de 24,3% na comparação anual. Contudo, sem o ajuste, a companhia reportou um prejuízo de R$ 71,3 milhões, uma melhora de 65,5% em relação ao ano anterior.
“A Hapvida apresentou resultados do terceiro trimestre mais fracos e abaixo das expectativas, principalmente por conta do aumento das discussões jurídicas, culminando em provisões mais altas para contingências”, comentam Nogueira e Tortoreli.
Além disso, os especialistas destacam ainda o aumento dos depósitos judiciais da empresa. “Esse fator ofuscou o crescimento da base de associados e um ticket médio forte, e contribuiu para uma performance negativa das ações da companhia após a divulgação”, explicam eles.