No fechamento desta segunda-feira (13) do Ibovespa, a ação da Oi (OIBR3) perdeu 7,27%, cotada a R$ 0,51. No ano, os ativos já perdem 32,00%.
De acordo com o analista Gabriel Tinem, da Genial Investimentos, existem dois fatores predominantes em relação à queda da Oi: a dívida com a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), avaliada pelo BTG Pactual (BPAC11) como desfecho “pior que o esperado”, e as cláusulas da venda do controle da V.tal (InfraCo).
A respeito da dívida da Oi, que foi de R$ 20,2 bilhões para R$ 9,11 bilhões, mas considerando os depósitos judiciais já efetuados pela operadora nos últimos anos, a Anatel deve receber agora o montante de R$ 7,33 bilhões.
“Embora reduzir um passivo de R$ 20,2 bilhões para R$ 7,3 bilhões não possa ser considerado um mau negócio, é pior do que nós (e o mercado) esperávamos”, diz o relatório do banco de investimentos.
Apesar da percepção negativa por parte do mercado, a Genial vê aspectos positivos no acordo. Tinem, da Genial, aponta que a transação melhora o perfil de pagamento da empresa, representa um avanço importante para encerrar processos judiciais em andamento, além de melhorar a alavancagem e a liquidez da companhia.
Já a conclusão da venda da unidade de fibra ótica da Oi, a V.tal, em conjunto com a Globenet Cabos Submarinos, por R$ 12,9 bilhões, com algumas condições, para o BTG não foi muito bem recebida pelo mercado, diz o BTG.
De acordo com o analista, na parcela primária, houve a subscrição e integralização pelo BTG de novas ações ordinárias da V.tal, por um valor de R$ 1,78 bilhão, o que aumentou o valor de equity (Equity Value). Já a secundária incluiu a aquisição pelo banco de ações ordinárias da Oi representativas do capital social da V.tal, o que não altera o equity value.
Desta forma, a parcela será dividida em três:
- Uma realizada no ato, de R$ 4,26 bilhões;
- Outra paga até dezembro de 2022, de R$ 1,32 bilhões; e
- Uma última até dezembro de 2023 de R$ 2,42 bilhões. Nesta situação, o BTG seria detentor de 51% da V.tal e a Oi, dos 49% remanescentes.
“Com a contribuição da Globenet, houve a incorporação de novas ações ordinárias da V.tal. Em suma, neste momento, o grupo teria 57,9% do controle e a Oi 42,1%”, diz o relatório da Genial. Desta forma, o montante total foi de R$ 22,3 bilhões.
O que trouxe preocupação ao mercado foi a “surpresa do closing”, chamado também de “ajustes adicionais após o fechamento”, nos quais as partes realizaram cálculos e verificações sobre componentes financeiros e operacionais previstos no contrato (endividamento, capital de giro, Capex etc).
Portanto, adicionalmente, o BTG Pactual “ganharia mais uma participação de 3,65% em até 30 dias a partir desse closing e um adicional de até 3,73% a ser definido, em função da aplicação e apuração das condições favoráveis para a Oi negociadas no contrato FTTH”, explica Gabriel Tinem.
Ou seja, o BTG teria uma participação de 7,38% adicional frente ao que o mercado esperava, o que levou à queda das ações da Oi. “Em suma, acreditamos ter sido coerente a resposta do mercado para esse recuo, tendo em vista a menor participação da Oi em um dos seus principais ativos”, reforça o relatório.
A Genial Investimentos reitera classificação de manter as ações da Oi, com preço-alvo de R$ 1,20 e alta de 118,18%.