O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa de Valores brasileira (B3), encerrou o mês de setembro com uma variação de 0,71%, aos 116.565,17 pontos. A máxima do mês foi de 119.780,20 pontos, enquanto a mínima chegou a 113.365,75 pontos.
O Ibovespa volta a fechar mais um mês no campo positivo, apesar de uma alta mais “tímida”. No mês anterior, o índice havia registrado baixa de 5,09%, interrompendo uma sequência de quatro avanços mensais seguidos.
Durante o mês de setembro, as movimentações de mercado vieram após novas decisões em relação à política monetária no Brasil e no exterior, principalmente nos Estados Unidos.
Segundo relatório da XP, a aversão ao risco no mercado externo acabou gerando uma pressão sobre os ativos do Brasil, em meio à alta das taxas de títulos mundo afora, após os bancos centrais mais relevantes indicarem que os juros devem continuar altos.
“O tom recente do Federal Reserve foi mais duro do que o esperado, e agora temos o risco de que os preços mais altos de energia possam reacelerar a inflação. Nossa equipe de Economia XP revisou, recentemente, sua projeção para a taxa de juros dos EUA e agora está prevendo um aumento adicional de 25 pontos base”, destacou a XP.
Mas, além da questão macroeconômica no exterior, um dos fatores que pesam sobre as ações brasileiras é a política fiscal no cenário doméstico.
A XP atualizou o “valor justo” do Ibovespa para 2023, que passou de 133 mil pontos do cálculo anterior para 128 mil pontos na nova projeção, ou seja, houve diminuição na estimativa de aproximadamente 5 mil pontos.
Para que essa nova pontuação fosse alcançada, o Ibovespa precisaria ter uma valorização de 9,8% sobre a cotação de fechamento registrada em setembro. Com o cenário mais adverso, algumas ações tiveram fortes quedas no último mês.
Porém, alguns outros papéis acabaram se destacando de forma positiva. Confira as 5 maiores altas do mês setembro.
- CSN Mineração (CMIN3): +13,32%
- BRF (BRFS3): +12,72%
- Hapvida (HAPV3): 10,33%
- Petrobras (PETR3): +9,70%
- São Martinho (SMTO3): +8,66%
Ações da CSN Mineração (CMIN3)
As ações da CSN Mineração tiveram ganhos de 13,32% e lideraram as altas do Ibovespa em setembro. Embora se tenha um cenário mais negativo para o mercado chinês, as expectativas ficaram mais positivas para o minério de ferro, o que favoreceu as ações da CSN.
Além disso, o Morgan Stanley aumentou sua recomendação em relação aos papéis da CSN Mineração para compra (antes neutra). O preço-alvo teve um reajuste positivo de 10% e passou de R$ 5,00 para R$ 5,50.
BRF (BRFS3)
As ações da BRF também se destacaram positivamente em setembro, com uma valorização de 12,72%. Um dos destaques envolvendo a empresa foi o aumento de participação da Marfrig (MRFG3), que agora tem uma fatia de aproximadamente 40% sobre a BRF.
Nesse sentido, o Bradesco BBI acredita que a Marfrig deva elevar sua participação na BRF para 50% posteriormente. Para o banco, essa movimentação deve acontecer nos próximos 12 meses e a expectativa é de que os acionistas minoritários fiquem com 25% das ações da BRF, enquanto o fundo Salic devw aumentar sua fatia para 25% (frente aos 10,7% de hoje).
Hapvida (HAPV3)
As ações da Hapvida subiram mais de 10% em setembro, com o mercado mais otimista em relação aos papéis da companhia. No início do mês, o Goldman Sachs elevou seu preço-alvo, que passou de R$ 5,50 para R$ 6,00, e passou a recomendar a compra das ações.
Os analistas do Goldman Sachs enxergam sinalizações de recuperação e consistência nos resultados do segundo trimestre de 2023 (2T23). “Embora reconheçamos o impacto negativo dessa abordagem na sua base de associados, acreditamos que a gestão da Hapvida está abordando corretamente a principal preocupação do mercado na tese, que é a disciplina na recuperação da rentabilidade”, disseram.
Petrobras (PETR3)
As ações da Petrobras apresentam seu 6º mês consecutivo de altas. Durante o terceiro trimestre de 2023, o petróleo teve uma valorização de 28%, o que fez com os papéis da petroleira tivessem um cenário mais favorável.
Apesar disso, os preços dos combustíveis vendidos pela Petrobras acabaram ficando ainda mais defasados em relação à cotação do barril de petróleo no mercado internacional. Com isso, aumentam-se as pressões em relação a reajuste por parte das refinarias.
Ações da São Martinho (SMTO3)
As ações da São Martinho tiveram ganhos de 8,66% em setembro, em meio à elevação dos preços de açúcar em razão do fenômeno climático El Niño. Assim, a seca em países da Ásia acaba afetando a produção de açúcar e consequentemente tornando-o mais escasso.
Analistas apontam que a crescente de preços no exterior acaba favorecendo as exportações de empresas brasileiras, como a São Martinho. Nesse caso, a perspectiva mais positiva fez com que a companhia ficasse entre as ações que mais subiram em setembro.