Casas Bahia (BHIA3) tomba 50,39%: veja as ações que mais caíram em setembro
O Ibovespa, principal índice de ações da B3, terminou setembro com uma alta de 0,71%, aos 116.565,17 pontos. Na máxima do mês, chegou a atingir os 119.780,20 pontos, enquanto a mínima foi de 113.365,75 pontos.
Mesmo com uma leve alta, o Ibovespa voltou a ter um fechamento mensal positivo, diante da queda de 5,09% registrada em agosto, interrompendo uma sequência de quatro altas mensais seguidas.
O mercado de ações vem repercutindo as recentes mudanças e atualizações sobre a política monetária não apenas no Brasil, mas também no exterior, sobretudo nos EUA.
Um relatório da XP destaca maior aversão ao risco no exterior, o que também acabou pressionando os ativos de renda variável no Brasil, em meio a um discurso dos bancos centrais que mostra uma propensão de que os juros devam se manter elevados por mais um período.
“O tom recente do Federal Reserve foi mais duro do que o esperado, e agora temos o risco de que os preços mais altos de energia possam reacelerar a inflação. Nossa equipe de Economia XP revisou, recentemente, sua projeção para a taxa de juros dos EUA e agora está prevendo um aumento adicional de 25 pontos base”, disse o relatório da XP.
O documento assinado por analistas da XP também trouxe atualizações sobre o “valor justo” do Ibovespa para este ano, com sua cotação potencial saindo de 133 mil pontos e passando para 128 mil pontos na nova projeção, com uma redução na estimativa em cerca de 5 mil pontos.
Apesar de algumas ações brasileiras terem registrado fortes altas ao longo de setembro, alguns papéis acabaram se destacando no campo negativo.
Veja as 5 ações do Ibovespa que mais caíram em setembro:
- Casas Bahia (BHIA3): -50,39%
- Pão de Açúcar (PCAR3): -29,15%
- Magazine Luiza (MGLU3): -23,19%
- Vamos (VAMO3): -16,74%
- Lojas Renner (LREN3): -15,25%
Casas Bahia (BHIA3)
As ações das Casas Bahia, ex-Via, perderam mais da metade do seu valor de mercado durante o mês de setembro. Além da mudança de nome e de ticker (antes VIIA3 e agora BHIA3), a empresa vem passando por uma reestruturação.
Porém, os resultados ruins, caixa desfavorável e diluição de investidores foram alguns dos fatores que pesaram fortemente no preço das ações em setembro. Também houve a renúncia do Vice-Presidente Comercial e de Operações das Casas Bahia, Abel Ornelas Vieira.
Ações do Pão de Açúcar (PCAR3)
As ações do GPA, dona do Pão de Açúcar, também tiveram fortes perdas em setembro, com uma baixa mensal de 29,15%, dando continuidade à forte queda de agosto, de mais de 76%. Esse recuo relevante se deu após a cisão do Grupo Éxito (EXCO32) e em meio às dúvidas dos investidores em relação à estruturação da empresa.
Nesse cenário, o Santander passou a ter uma recomendação neutra para as ações do GPA (antes era de compra). O banco destaca um período mais desafiador para os lucros da empresa e cortou o preço-alvo de R$ 35 para R$ 5,70 (variação de -83,7%).
Magazine Luiza (MGLU3)
Já as ações do Magazine Luiza caíram 23,19%. Mesmo com o novo corte da Selic, que passou a ficar em 12,75% ao ano, o comunicado do Copom sinalizou uma desaceleração nos novos cortes nos juros. Além disso, o cenário macro no exterior também ajuda a apoiar essa tese, já que o Fed mostrou que os juros dos EUA também podem ficar mais tempo em patamares elevados.
Essa perspectiva de desaceleração nos cortes da Selic acaba impactando o varejo, inclusive as ações do Magazine Luiza. Outro ponto de destaque é que os investidores estão com maior cautela na análise de resultados operacionais das varejistas.
Vamos (VAMO3)
As ações da Vamos tiveram baixa de mais de 16%. Os analistas do JPMorgan passaram a ter uma recomendação neutra para os papéis (antes era de compra) e o preço-alvo dos papéis tiveram um corte de R$ 19,50 para R$ 18,00.
O corte se deu após o JP Morgan enxergar pouca visibilidade para os lucros da empresa no curto prazo. Por outro lado, destaca que “continuamos a gostar das perspectivas de longo prazo para aluguel de máquinas pesadas, vendo as ações a preços atrativos”.
Ações da Lojas Renner (LREN3)
As ações da Lojas Renner apresentaram queda de 15,25% em setembro. Pesa sobre a varejista (assim como outras do setor), uma perspectiva mais adversa no cenário macroeconômico. Além disso, também repercutem a situação atual das companhias estrangeiras, que passaram a aderir ao programa de Remessa Conforme.
Com isso, as estrangeiras que aderiram ao programa da Receita poderão contar com isenção de imposto de importação nas compras de até US$ 50, apesar de terem que arcar com a alíquota de ICMS de 17%. Essa soma de fatores, que incluem as discussões sobre reforma tributária, fez com que as ações da Renner fechassem o top 5 de quedas de setembro.