O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa brasileira (B3), fechou outubro com uma desvalorização de 2,94%, aos 113.143,67 pontos. A pontuação máxima mensal foi de 117.098,64 pontos, já a mínima alcançou os 111.598,57 pontos.
O Ibovespa voltou a ter um desempenho negativo em outubro, depois de subir 0,71% em setembro. As ações de empresas que ficaram na ponta negativa incluem companhias de varejo e do setor de construção.
Levando em conta a pontuação final do índice em 2022, que era de 109.734,80 pontos, a performance acumulada neste ano é positiva em 3,1%.
O índice de ações brasileiras se movimentou conforme o cenário econômico no exterior, em meio ao aumento das treasuries nos Estados Unidos. Além disso, os conflitos no Oriente Médio e as dúvidas em relação às metas fiscais no Brasil são fatores que podem ter pesado no índice.
A guerra entre Israel e Hamas aumentou a possibilidade de alta na cotação do petróleo, o que poderia, em tese, afetar de forma positiva os papéis relacionados ao setor. No entanto, isso também ajuda a aumentar os índices de inflação global.
De acordo com João Daronco, da Suno Research, os impactos do conflito mais adiante ainda vão depender do tempo, abrangência e intensidade que ele terá. “Isso vai ditar muito sobre o preço do Brent, se irá ficar alto por mais tempo”, afirma.
Outro ponto que repercute no mercado são as projeções para os resultados das empresas no terceiro trimestre de 2023 (3T23), algo que costuma movimentar as cotações das ações do Ibovespa.
Mas quais foram as ações que se destacaram negativamente? Veja a lista a seguir das maiores quedas de outubro.
- Magazine Luiza (MGLU3): -37,26%
- Casas Bahia (BHIA3): -28,57%
- Petz (PETZ3): -24,58%
- Eztec (EZTC3): -23,65%
- MRV (MRVE3): -22,68%
Ações do Magazine Luiza (MGLU3)
As ações do Magazine Luiza registraram queda de 37,26% na Bolsa em outubro. Apesar dos recentes cortes na Selic, os juros altos ainda impactam as expectativas de resultados da companhia, além do alto endividamento das famílias, o que impacta o consumo.
Os analistas do Goldman Sachs permanecem com recomendação neutra para as ações do Magazine Luiza. “O Magalu se concentrou na lucratividade em vez de ganhar participação de mercado no 1º semestre de 2023, mesmo com a situação financeira complicada do concorrente Americanas (AMER3), que seria uma oportunidade para fortes ganhos de mercado”, destaca em relatório.
Casas Bahia (BHIA3)
As ações da Casas Bahia também foram destaque negativo em outubro, com queda de 28,57%, em meio a um contexto macroeconômico ainda desafiador, gerando um ritmo lento de retomada da empresa.
Com as ações continuando com cotações inferiores a R$ 1, a proposta do conselho foi de um novo grupamento na proporção de 25 para 1 em seus papéis. Outro destaque da companhia no mês foi o lançamento de uma oferta primária no valor de R$ 620 milhões.
Petz (PETZ3)
As ações da Petz registraram forte baixa de 24,58% em outubro, sendo um dos destaques negativos do Ibovespa. A empresa vai anunciar seus resultados do 3T23 em 9 de novembro, mas as expectativas do mercado não são animadoras. Outro fator que pesa sobre seus papéis é o contexto macroeconômico atual.
A XP, por exemplo, está projetando “resultados fracos no terceiro trimestre para a Petz”, destacando em seu relatório uma possível “desaceleração das receitas e margens pressionadas em meio a um cenário mais competitivo e ajustes estratégicos contínuos de preços e condições comerciais online”.
Ações da Eztec (EZTC3)
As ações da EzTec também “sofrem” na Bolsa diante do contexto macroeconômico. Os resultados operacionais da empresa no 3T23, anunciados em 11 de outubro de 2023, acabaram não empolgando os investidores.
As vendas brutas da companhia somaram R$ 346 milhões no período, o que representa uma baixa de 26,5% na comparação com igual etapa do ano passado. Enquanto isso, a velocidade de vendas (VSO) bruta teve uma queda anual de 3,1 p.p, chegando a 11,5% ao final do 3T23.
MRV (MRVE3)
Com uma queda de 22,68% em outubro, as ações da MRV se movimentaram frente aos desafios do cenário macroeconômico atual e após a divulgação do seu desempenho operacional no terceiro trimestre de 2023.
O valor referente a lançamentos da MRV&Co no 3T23, composto por dados da Sensia e da MRV, somou R$ 1,8 bilhão e registrou alta de 3% em relação ao 3T22. Porém, de janeiro a setembro de 2023, essa quantia totalizou R$ 3,736 bilhões, o que representa aproximadamente metade das projeções de especialistas para este ano, gerando perspectivas negativas para as ações da companhia.