Ações da Johnson & Johnson caem 11% após relatório sobre amianto em talco

As ações da J&J estão caindo cerca de 11% na Bolsa valores de Nova York nesta sexta-feira (14).

A queda ocorre depois que um relatório da Reuters informou que a  Johnson & Johnson sabia há décadas da presença de amianto em talco para bebês.

A Reuters baseou seu relatório em uma analise de documentos e testemunhos.

Segundo o texto, de 1971 até o início dos anos 2000, os executivos, médicos e advogados da J&J vice-presidente de relações com a estavam cientes da presença de amianto no talco produzido e comercializado pela empresa. Os envolvidos teriam discutido do problema, mas não o revelaram as agências de regulamentação nem aos consumidores.

Nesta sexta-feira, as ações da J&J estão despencando, em um ritmo de pior dia desde 2002, quando suas ações fecharam em queda de 15,85%.

Essa derrocada das ações foi provavelmente um choque para os acionistas, acostumados a ações com muita pouca volatilidade como as da J&J.

Empresa rejeita acusações

A Johnson & Johnson rejeitou as conclusões desse relatório como “falsas e enganosas”.

O vice-presidente de relações com a mídia global da Johnson & Johnson, Ernie Knewitz, informou à Reuters que “isso tudo é uma tentativa calculada de desviar a atenção do fato de que milhares de testes independentes provam que nosso talco não contém amianto ou causa câncer. Qualquer sugestão de que a J&J conhecia ou ocultava informações sobre a segurança do talco é falsa”. Knewitz acusou “os advogados das pessoas que estão processando a empresa”, que estariam movidos “por ganhos financeiros pessoais” e estariam “distorcendo documentos históricos e criando intencionalmente confusão no tribunal e na mídia”

Processos no passado

No passado, a empresa enfrentou uma onda de processos por causa de acusações que seus produtos de talco contêm amianto e causaram câncer de ovário e outros tipos de câncer. Alguns júris absolveram a J&J e outros não conseguiram chegar aos veredictos. Em julho, um júri do Missouri ordenou que a Johnson & Johnson pagasse US $ 4,9 bilhões em um caso envolvendo 22 mulheres e suas famílias. Um juiz confirmou o veredicto em agosto e a empresa prometeu recorrer.

 

Carlo Cauti

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