Petrobras (PETR4) dispara 6,6% e IRB (IRBR3) ganha 4,4%; veja as ações que mais subiram em agosto
O Ibovespa, principal índice de ações da B3, encerrou o mês de agosto em baixa de 5,09%, aos 115.741,81 pontos. A máxima do mês foi de 122.619,14 pontos, já a mínima foi de 114.066,51 pontos.
O Ibovespa interrompeu uma sequência de 4 valorizações mensais seguidas e ao final de agosto tinha uma alta acumulada de 5,47% em 2023. As maiores quedas tiveram protagonismo, embora algumas ações também puderam encerrar o mês como destaques positivos.
Em agosto aconteceu o primeiro corte da Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Desse modo, a taxa básica de juros do Brasil, que continuava estável por cerca de 12 meses, saiu de 13,75% ao ano e foi para 13,25% ao ano, com -0,50 p.p.
Alguns fatores externos também acabaram afetando o Ibovespa durante o mês de agosto, como a expectativa de elevação dos juros nos Estados Unidos e uma recuperação desacelerada da economia da China. Essas duas questões, em conjunto, geraram impactos para os mercados emergentes, com o Brasil.
O Ibovespa chegou a ter 13 sessões seguidas de queda, um recorde negativo para o índice desde que foi criado.
Apesar de um mês bastante negativo para as ações brasileiras, alguns papéis acabaram se destacando positivamente. As 5 maiores altas do Ibovespa em agosto foram:
- São Martinho (SMTO3): +7,95%
- Vibra (VBBR3): +7,76%
- Petrobras PN (PETR4): +6,58%
- Embraer (EMBR3): +5,29%
- IRB Brasil (IRBR3): +4,47%
São Martinho (SMTO3)
As ações da São Martinho (SMTO3) foram o principal destaque de alta do mês de agosto, com ganhos de 7,95%. Com o valor dos combustíveis aumentando, o etanol passou a ter uma maior competitividade no mercado e o preço do açúcar também ficou mais caro.
Além disso, o Bradesco BBI aumentou a recomendação das ações da São Martinho de neutra para compra, destacando o fenômeno El Niño. A seca gerada pelo fenômeno diminui em aproximadamente 6% ou 8% a produção de açúcar pelo mundo, impactando no seu preço.
Vibra (VBBR3)
As ações da Vibra (VBBR3) subiram 7,76% em agosto, em meio à divulgação de um lucro líquido de R$ 133 milhões no 2T23, cerca de 81,2% inferior ao registrado no mesmo período de 2022.
Porém, considerando o ajuste a partir do lucro gerado com a venda de ativos e ganho fiscal, o Ebtida da Vibra foi de R$ 910 milhões, conforme destacado pelo Credit Suisse, ficando relativamente alinhado ao projetado.
Petrobras PN (PETR4)
As ações da Petrobras (PETR4) do tipo preferenciais tiveram ganhos de 6,58%, terceiro destaque positivo da lista. Em meio ao avanço da cotação do petróleo, a companhia reajustou o preço dos combustíveis para cima.
O preço médio da gasolina teve um reajuste de +16,3% para as distribuidoras, enquanto o diesel registrou aumento de preço de 25,8%, para fazer jus à disparidade em relação aos preços internacionais – algo bem visto pelo mercado. Isso fez com que BTG Pactual, Bradesco BBI, Bank of America e UBS BB recomendassem a compra das ações da Petrobras.
Embraer (EMBR3)
As ações da Embraer (EMBR3) subiram 5,29%. Em agosto, a companhia recebeu uma certificação da Administração de Aviação Civil da China (CAAC) para o E195-E2, o que gerou ganhos de concorrência para a empresa, já que a Airbus não obteve a certificação para o narrow-body A220, conforme destacou o JP Morgan.
A Embraer também tem avançado nos Estados Unidos e ultrapassou a Cessna no segmento de fabricação de aviões no país. Assim, a companhia seguiu como um dos principais destaques da Bolsa brasileira em agosto.
IRB Brasil (IRBR3)
Por fim, as ações do IRB Brasil (IRBR3) subiram 4,47%, apesar de um mês bastante volátil para a companhia. O banco Citi elevou a recomendação dos papéis de venda para neutra, após a divulgação dos resultados da empresa no 2T23.
O IRB Brasil registrou um lucro líquido de R$ 20,1 milhões no 2T23, enquanto no mesmo período de 2022 havia registrado um prejuízo líquido de R$ 373,3 milhões.
“Como resultado, os níveis de suficiência de capital também começaram a melhorar e devem ser menos preocupantes daqui para frente”, afirmam os analistas do Citi, com recomendação neutra para as ações.
