As ações da Hapvida (HAPV3) fecharam em alta de 10,99%, a R$ 3,94, nesta quinta-feira (23), após o resultado da prévia da inflação brasileira (IPCA-15) de maio vir abaixo do esperado pelo mercado financeiro, além de uma nova recomendação de compra ter sido feita pelo Bank of America (BofA).
Na sessão de ontem (24), as ações da Hapvida haviam registrado perdas de 2,74%, terminando o pregão cotadas a R$ 3,55.
Com essa forte valorização, as ações da companhia do setor de saúde suplementar acumulam alta de 40,22% em maio.
Por outro lado, o preço de fechamento do ano de 2022 foi de R$ 5,08, apontando um desempenho negativo de 23,6% em 2023, após uma queda de 41,65% no valor de mercado das ações em março e de 12,82% em fevereiro.
O que aconteceu com a Hapvida?
O forte avanço no preço das ações da Hapvida ocorreu após o IPCA-15 de maio vir abaixo do esperado pelos analistas do mercado financeiro, o que aumenta a perspectiva de queda nas taxas de juros, gerando mais otimismo com as ações de empresas que se encontram endividadas.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) teve alta de 0,51% em maio, enquanto as projeções do consenso Refinitiv estimavam um avanço de 0,64%.
Conforme seu último balanço trimestral, referente aos resultados do primeiro trimestre de 2023 (1T23), a dívida bruta da Hapvida somava R$ 13,045 bilhões e a dívida líquida era de R$ 7,48 bilhões, com avanço de 5,4% em relação ao quarto trimestre de 2022 (4T22).
Enquanto isso, a alavancagem da empresa, representada pelo índice de dívida financeira líquida/Ebitda, era de 2,32 vezes no período, inferior ao registrado no 4T22, que era de 2,45x.
Bank of America (BofA) reitera recomendação de compra e eleva preço-alvo em 37,5%
O Bank of America (BofA) reiterou sua recomendação de compra para os papéis da Hapvida, aumentando o preço-alvo da ação de R$ 4 para R$ 5,50 (+37,5%).
O banco também destacou um potencial de valorização no preço dos papéis de 54,9% em relação ao fechamento da sessão de ontem (24).
Os analistas do BofA acreditam que o pior momento para o setor de saúde já tenha passado, com a desaceleração no custo por beneficiário e empresas do segmento tendo a possibilidade de fazer reajustes.
Apesar disso, os analistas dizem que o impacto desse movimento nos balanços deve ser visto a partir do segundo semestre de 2023 (2S23), com a alta na frequência de utilização dos serviços e diminuição da taxa de sinistralidade, o que poderia beneficiar o resultado das companhias do setor de saúde, onde está incluída a Hapvida, por exemplo.
Mais dois fatores contribuem para a alta da Hapvida nesta quinta (25): o pedido de vista do ministro do STF Gilmar Mendes sobre a decisão que determina o piso salarial da enfermagem. Vale ainda a liminar do ministro Luis Roberto Barroso, que liberou o pagamento do piso de enfermagem aprovado pelo Congresso – embora, para iniciativa privada, o ministro tenha sugerido que hospitais privados podem negociar o novo salário direto com os sindicatos.
Mais: a Hapvida também entrou na carteira de recomendações do Itaú BBA, em relatório divulgado hoje.
