O candidato à presidência do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), jogou dúvidas sobre o futuro da Eletrobras (ELET3) ao falar nesta quinta-feira (21) em entrevista ao Estadão/Broadcast que não se pode “entregar o patrimônio nacional a qualquer preço”.
O mercado parece não ter reagido bem ao discurso do senador mineiro. Hoje, as ações ordinárias da Eletrobras fecharam cotadas a R$ 31,30, uma queda de 5,15%. O destino só não foi pior que o dos papéis units que caíram 6,15%, para R$ 31,43, na maior baixa do Ibovespa.
A estatal do setor elétrico está na lista divulgada pelo Ministério da Economia de Paulo Guedes de privatizações previstas para acontecerem este ano.
Apesar disso, o projeto de lei que visa dar seguimento à capitalização da companhia na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) está empacado no Congresso desde 2019. Hoje o processo parece ter encontrado outro obstáculo. Em entrevista ao Estadão/Broadcast, Pacheco disse que “não é raciocínio fácil dizer que a Eletrobras precisa ser vendida.
O volátil calendário de privatização da Eletrobras
Não à toa o mercado reagiu mal à fala do senador candidato à presidência da casa, visto que privatização da empresa tem se mostrado um impulso para ativos listado na B3. O calendário do processo também atrapalha. Há pouco mais de uma semana, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse acreditar que o Congresso poderia aprovar ao projeto ainda no primeiro semestre deste ano. Nesse cenário, seria possível iniciar a implementação da capitalização da empresa no segundo semestre, afirmou.
Dias depois, o ministro declarou à TV Globo e à CNN que não haveria prejuízo se a análise do projeto de lei ficasse para o segundo semestre de 2021.
E no dia seguinte o Ministério de Minas e Energia veio comunicar que a aprovação do PL apenas no segundo semestre deste ano traria, sim, prejuízos para o Brasil. A pasta comunicou que na ocasião Albuquerque se referia ao patamar atual da empresa ao dizer que uma eventual demora para analisar o projeto não traria prejuízos.
No caso da Eletrobras, os certames ainda dependem de aprovação do Congresso para serem tocados e não há sequer comissão instalada para discussão do tema, fase inicial da tramitação. A eleição para a presidência do Senado acontecerá no próximo dia 1º.
(Com informações do Estadão Conteúdo)