As ações da Didi, controladora da 99 no Brasil, despencaram 25% na pré-abertura em Nova York nesta terça-feira (6), após o governo da China suspender o aplicativo. O órgão regulador do país alegou que o app violou as leis de coleta e uso de informações pessoais.
Na última semana, a companhia levantou US$ 4,4 bilhões com a oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), com a venda de 316,8 milhões de American Depository Shares (ADS).
Os papéis listados atingiram um pico de US$ 18,01 no primeiro dia de negociações na última quarta, ante o preço da oferta pública de US$ 14. Desde então, eles recuaram para cerca de US$ 12 no pré-mercado de Nova York, após fecharem o pregão da última sexta a US$ 15,53.
Esse será o primeiro dia em que os investidores norte-americanos poderão reagir à ofensiva governamental chinesa, uma vez que os mercados estiveram fechados na véspera por conta do feriado de Dia da Independência dos Estados Unidos.
O episódio também fez com que outras empresas chinesas abrissem o pré-mercado em queda nos Estados Unidos. É o caso de Baidu caindo cerca de 3%, JD recuando 2% e Alibaba, com queda de cerca de 1%.
A Didi foi listada na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) a possui um valor de mercado de aproximadamente US$ 16 bilhões. No prospecto do IPO, a empresa chegou a citar que poderia ser penalizada pelo governo chinês.
No mês passado, a agência de notícias Reuters relatou que reguladores chineses estavam investigando a Didi em um processo antritruste. Pequim estaria de olho no mecanismo de precificação da empresa.
Regulador sugeriu que Didi adiasse IPO
Algumas semanas antes da Didi realizar seu IPO, o órgão regulador da segurança cibernética da China sugeriu que a companhia adiasse sua abertura de capital, além de solicitar uma avaliação interna de sua rede de segurança, segundo o jornal O Estado de S.Paulo.
Para a companhia, esperar seria problemático e, na ausência de uma ordem clara para interromper o processo, ela foi adiante.
A empresa enfrentava pressão de investidores para fazer o IPO, após levantar bilhões de dólares de investidores importantes.
Fundada em 2012, a Didi diz ter 493 milhões de passageiros ativos anuais e 41 milhões de transações diárias, em média. Ela começou a se expandir internacionalmente há três anos e agora opera em 14 países fora da China, inclusive o Brasil.
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