Se por um lado grande exportadoras se beneficiam da alta do dólar, por outro lado as varejistas sofrem um revés com a volatilidade do câmbio. Isso porque são companhias que têm custos em dólar, e em alguns casos não conseguem repassar essa valorização da moeda para o preço do produto.
Além das varejistas, as companhias que sofrem com a alta do dólar são aquelas que possuem dívidas na moeda norte-americana e não possuem o faturamento em dólar. Portanto, as empresas que têm custos e dívidas em dólar são as principais desvalorizadas na Bolsa de Valores quando o câmbio sobe.
Para se ter uma base, só no mês de agosto a moeda norte-americana acumula alta de 3,3%. Já no ano de 2021, a valorização do dólar chega a 3,72%.
Dessa forma, veja as cinco ações brasileiras que sofrem pressão quando dólar se aprecia contra o real. Os gráficos são do Status Invest.
Veja 5 ações que se desvalorizam com a alta do dólar
- Sabesp
- Gol
- Americanas
- Renner
- Hypera
Sabesp
De acordo com o analista da Terra Investimentos, Régis Chinchila, a Sabesp (SBSP3), empresa de saneamento, é uma das que mais sofrem com a alta do dólar.
“A companhia não possui faturamento em dólar e cerca de 26% da sua dívida está indexada à moeda norte-americana, encarecendo suas despesas com juros e amortizações, o que já deverá comprometer os próximos resultados da empresa”, disse o analista.
GOL PN
Apesar da GOL (GOLL4) contar com uma pequena parcela de sua receita em dólar, mais de 50% dos custos da empresa são denominados em moeda americana, sendo a compra de combustível o principal responsável e insumo essencial em seu negócio.
Além disso, o analista destaca que cerca de metade de seu endividamento está exposto a variações cambiais (considerando que uma parcela adicional está hedgeada), o que deve afetar também o resultado financeiro da companhia.
Varejo: Americanas, Renner e Hypera
Na lista de cinco ações indicada pelo analista, três são varejistas de diferentes setores. Na análise de Chinchila esse setor sofre com a desvalorização do real, porque importam alguns dos produtos de suas linhas de venda, o que pode comprometer bastante as margens.
Deste setor, destaque para:
“A Hypera, Renner e Lojas Americanas devem sofrer com a apreciação do dólar, caso não consigam repassar a elevação de custos para o preço, situação que se torna cada vez mais provável dado os fundamentos da economia brasileira com crescimento perdendo pressão e inflação preocupante.