Ações da Gol (GOLL4) sobem 3,14%; aérea reduz projeções para 2022 com impacto nos custos
Ao divulgar nesta segunda (14) que elevou seu prejuízo em 2021 para R$ 7,2 bilhões, após perdas de R$ 5,9 bilhões em 2020, a companhia aérea Gol (GOLL4) revisou para baixo suas projeções para este ano.
A previsão de receita líquida caiu de R$ 14 bilhões para R$ 13,7 bilhões, enquanto a perspectiva de margem Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recuou de 25% para 24%. Ao mesmo tempo, a Gol elevou a perspectiva de alavancagem (nível de endividamento para aumentar o retorno) de 7 para 8 vezes em 2022.
Nesta terça, as ações da Gol fecharam em alta na bolsa de valores: 3,14%, para R$ 13,45. Nos últimos 12 meses, a Gol acumula 38% de desvalorização.
Essa piora nas expectativas de resultados da companhia aérea está relacionada aos efeitos que o conflito no leste europeu deve trazer ao setor por conta da alta dos combustíveis. A empresa passou a estimar um consumo de 1,2 bilhão de litros de combustível em 2022, ante projeção anterior de 1,295 bilhão de litros.
Enquanto isso, a projeção de preço passou de R$ 3,80 por litro para R$ 4,30 por litro.
Custos do querosene de avião para a Gol
Em teleconferência, o presidente da Gol, Paulo Kakinoff, disse que a companhia está acompanhando a escalada da cotação do petróleo no mundo e que normalmente os aumentos da commodity levam entre 45 e 60 dias para chegar aos preços do querosene de aviação (QAV) vendido para as aéreas.
“O jogo agora envolve administrar a capacidade, considerando preços do petróleo”, disse o executivo.
Essa medida deve ser comum em todo o setor. A Latam já admitiu a possibilidade não só de reduzir rotas como também de elevar os preços das passagens.
Mesmo com essas dificuldades, a Gol manteve as estimativas de taxa de ocupação média (82%) e de carga e outras receitas (R$ 800 milhões) para este ano. Entre os dados operacionais, a frota total média deve ficar entre 130 e 140, ante o piso anterior de 135.
“A empresa sempre foi mais conservadora na questão da oferta, por isso temos sido menos suscetíveis a variações. O conservadorismo vem da percepção de volatilidade no mercado, o mundo ainda está vivendo os últimos minutos de pandemia”, disse o CEO da Gol.
Com informações de Estadão Conteúdo.