As ações da BRF (BRFS3) se desvalorizaram nesta terça-feira (22) após a Arábia Saudita descredenciar cinco frigoríficos brasileiros que exportavam carne para o país.
A Arábia Saudita é o maior comprador de carne de frango do Brasil. Os papéis da BRF negociados na Bolsa de Valores caíram mais de 3,5%. As unidades da companhia estavam entre os frigoríficos descredenciados pelos árabes.
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Segundo apuração da “Folha de S. Paulo”, no total, 67 frigoríficos podem exportar para a Arábia Saudita. No entanto, apenas 30 vendem carnes para o país árabe. Com o descredenciamento, apenas 25 continuam habilitados.
Ao todo, a Arábia Saudita representa 14% das exportações de carnes de frango do Brasil. Em segundo lugar aparece a China, que compra 11% das exportações brasileiras.
Início das retaliações da Arábia Saudita
A decisão da Arábia Saudita seria um reação do país árabe à decisão de transferir a embaixada brasileira em Israel. O governo do presidente Jair Bolsonaro já informou repetidas vezes a decisão de transferir a embaixada de Tel Aviv para Jerusalém.
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Mesmo com as pressões da bancada ruralista, Bolsonaro não descartou a ideia de mudar a embaixada brasileira em Israel. O Brasil seria o segundo grande País a realizar essa transferência para Jerusalém, após os Estados Unidos.
Recuperação da BRF
A BRF passa por um processo de recuperação liderado pelo presidente do conselho de administração, Pedro Parente. A situação da controladora da Sadia e da Perdigão era difícil já antes da medida anunciada pela Arábia Saudita.
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As previsões do conselho é de que os resultados da BRF parem de piorar em 2018 e que voltem a apresentar números positivos em 2019.
O setor vem passando por um momento ruim. De acordo com o relatório da Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, as exportações de carne em 2018 enfrentaram uma queda de 14% em relação a 2017.
Ações da JBS sobem
Apesar da queda da BRF, as ações da JBS subiram nesta terça-feira. Às 12h57, os papeis da gigante das carnes subiam 1,82%. De acordo com a agência de notícias Reuters, a notícia de que o Ministério do Comércio da China aceitou a proposta para encerrar uma disputa antidumping compensou a medida negativa adotada pela Arábia Saudita.