As ações ON da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) apresentavam alta de 4,33% às 13h15 desta quarta-feira (22), na B3 (Brasil, Bolsa, Balcão). Desta forma, a empresa foi o destaque positivo que liderava os ganhos do Ibovespa. No ano, a expansão da cotação dos papeis da siderúrgica já acumula 80%.
Na última terça-feira (21), a CSN também era o destaque positivo do índice acionário da B3, registrando ganhos de 7,99% na cotação das ações. O motivo central que impulsionou a subida foi a negociação da siderúrgica brasileira com as empresas chinesas:
- Citic;
- e China Minmetals;
A CSN deve vender antecipadamente o fluxo futuro de minério de ferro, segundo o “Valor Econômico”.
Conhecido como “streaming arrangements“, os contratos envolvidos na negociação, em suma, referem-se à compra e venda continuada de produção mineral. Tais contratos são uma boa opção para o financiamento de projetos de mineração.
De acordo com o jornal, as negociações podem envolver arrecadação da CSN no valor próximo de US$ 500 milhões.
A operação faz parte do plano de desalavancagem da siderúrgica a fim de reduzir a dívida líquida da companhia.
No primeiro trimestre de 2018, o valor da dívida era de 5,82 vezes o Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization (Ebitda) ajustado.
Entre janeiro e março de 2019, a dívida caiu para 4,07 vezes o Ebitda ajustado.
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Siderúrgica ou mineradora?
A Companhia Siderúrgica Nacional é uma empresa de capital aberto multinacional brasileira, controlada pela Família Steinbruch.
Desde 2002, Benjamin Steinbruch é o CEO da empresa, que fora criada pelo então presidente Getúlio Vargas, em 1941. A CSN foi privatizada em 1993, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC).
A CSN atua com destaque em cinco setores:
- siderurgia;
- mineração;
- logística;
- cimento;
- e energia.
De acordo com a companhia da Família Steinbruch, os ativos da CSN distribuem-se em:
- uma usina siderúrgica integrada;
- cinco unidades industriais, sendo duas delas no exterior;
- minas de minério de ferro, calcário, dolomita e estanho;
- uma distribuidora de aços planos;
- terminais portuários;
- participações em ferrovias;
- e participação em duas usinas hidrelétricas.
A companhia está presente em 18 estados brasileiros e também atua na Alemanha e em Portugal. Além de estar listada na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), a empresa também pode ser negociada na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE).
Alta em 2019 das ações da CSN acumula 80%
Confira abaixo o fechamento das ações da CSN no primeiro pregão do ano, e da véspera:
- 2 de janeiro de 2019: alta de 4,19% para R$ 9,21.
- 21 de maio de 2019: alta de 7,99% para R$ 16,62.
Neste intervalo de tempo, a alta das da CSN foi de 80,45%. De acordo com o economista da Suno Research, Tiago Reis, os fatores que tem mantido o crescimento da empresa são:
- alta do preço do minério de ferro no mercado global;
- alta do preço do aço no mercado global.
Como a Vale (VALE3) atua na comercialização das mesmas commodities cujos preços estão em alta, minério de ferro e aço, a mineradora responsável pelo rompimento da barragem em Brumadinho (MG) também tem se beneficiado em 2019.
Isto explica porque as ações da Vale, que chegaram a cair 24,52% (R$ 42,38) no pregão imediatamente posterior ao rompimento da barragem em Brumadinho, já mostram recuperação. Na véspera, no fechamento as ações eram cotadas a R$ 47,41.
Contudo, nesta semana, deve ocorrer o rompimento do talude da mina da Vale, Gongo Soco, em Barão dos Cocais. Dependendo de como a ruptura ocorrer, uma nova barragem pode ser rompida e liberar rejeitos no estado de Minas Gerais.
Saiba mais – Talude da mina da Vale em Barão dos Cocais deve se romper nesta semana
Preço do minério de ferro
Nesta quarta-feira, os contratos futuros do minério de ferro na China atingiram nova máxima recorde. Na Bolsa de Valores de Dalian, os futuros mais negociados do minério chegaram a subir 4,1% para para 733 iuanes, cerca de US$ 106,08. Este é o maior nível desde o lançamento dos contratos, que ocorreu em 2013.
No fechamento, os contratos futuros encerraram com alta de 3,4%, a 728 iuanes por tonelada.
O que impulsiona a alta na Bolsa chinesa é o grande desequilíbrio entre a oferta e a demanda que o mercado global da commodity encontra:
- As limitações das operações da Vale, em detrimento da avaliação mais rigorosa de alerta das barragens da mineradora em Minas Gerais, após o desastre de Mariana, que envolveu a joint-venture da Vale em 2015, a Samarco; e a tragédia de Brumadinho no início deste ano.
- E a manutenção da demanda aquecida de aço na China.
Somados a esses fatores, a Vale (VALE3) informou nesta semana que um talude pode ter rompimento na mina Gongo Soco, em Minas Gerais.
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Produção de aço a todo vapor
O minério de ferro é utilizado para a produção do aço. Desta forma, quanto mais se produz aço, mais minério de ferro é necessário.
Em abril, as siderúrgicas chinesas atingiram um novo recorde com a produção anual de aço, que superou 1 bilhão de toneladas pela primeira vez na história.
Confira a quantidade de aço produzida na China nos meses transcorridos em 2019:
- janeiro: 75 milhões de toneladas.
- fevereiro: 75 milhões de toneladas.
- março: 80 milhões de toneladas.
- abril: 85 milhões de toneladas.
Resultados da CSN em 2018
Em 2018, o lucro líquido da CSN foi 4.586% maior, ante 2017. Os R$ 111 milhões subiram a R$ 5,201 bilhões de um ano para o outro.
Confira abaixo outros pontos do balanço do ano passado:
- Receita líquida: R$ 22,969 bilhões com avanço de 24% ante o ano anterior.
- Ebitda ajustado: R$ 5,849 bilhões com avanço de 26% ante o ano anterior.
As vendas de aço da CSN totalizaram 5,069 milhões de toneladas, com alta anual de 3%. Ao passo que as vendas de minério de ferro cresceram 7%, totalizando 34,781 milhões de toneladas.