As ações do Carrefour (CRFB3) operam em queda de quase 7% nesta segunda-feira (23) depois de um homem negro ter sido espancado até a morte por dois homens brancos em uma de suas unidades em Porto Alegre (RS).
Na última quinta-feira (19), segundo informações do G1, João Alberto Silveira Freitas, negro de 40 anos, foi morto após ser agredido por dois seguranças do Carrefour, na véspera do feriado da Consciência Negra. De acordo com o site, os dois suspeitos de homicídio doloso tiveram prisão preventiva decretada. Um deles, policial militar temporário, foi levado para um presídio militar e o outro, segurança da loja, está em uma unidade da Polícia Civil. Os agressores seguem presos.
Na noite do episódio, o CEO global da varejista, Alexandre Bompard, se pronunciou nas redes sociais e pediu uma “uma revisão completa das ações de treinamento dos colaboradores e de terceiros, no que diz respeito à segurança, respeito à diversidade e dos valores de respeito e repúdio à intolerância.”
“Esta revisão será acompanhada de um plano de ação definido com o suporte de empresas externas para garantir a independência deste trabalho”, completou o executivo.
Por volta das 16h20 desta segunda-feira, os papeis do Carrefour despencavam 6,67%, cotados a R$ 19,03. Ao mesmo tempo, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), operavam em alta de 0,93%, a 107.032,02 pontos.
Carrefour se posiciona sobre caso
Após o incidente, o Carrefour soltou uma nota comunicando que “lamenta profundamente o caso” e iniciou rigorosa apuração interna e tomou providências para que os responsáveis sejam punidos legalmente.
Segundo a companhia o ato foi criminoso e anunciou o rompimento do contrato com a empresa que responde pelos funcionários agressores.
“O Carrefour informa que adotará as medidas cabíveis para responsabilizar os envolvidos neste ato criminoso. Também romperá o contrato com a empresa que responde pelos seguranças que cometeram a agressão. O funcionário que estava no comando da loja no momento do incidente será desligado. Em respeito à vítima, a loja será fechada. Entraremos em contato com a família do senhor João Alberto para dar o suporte necessário”, declarou a empresa.
“Para nós, nenhum tipo de violência e intolerância é admissível, e não aceitamos que situações como estas aconteçam. Estamos profundamente consternados com tudo que aconteceu e acompanharemos os desdobramentos do caso, oferecendo todo suporte para as autoridades locais”, complementou o Carrefour.